• Ônibus incendiados, perdendo o freio, colocando vidas em risco: prefeitura ‘normaliza’ o absurdo

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  • 28/fev 04:28

    Em menos de cinco meses, há registros de 10 acidentes graves com ônibus urbanos em Petrópolis. Ninguém se feriu seriamente, mas isso não significa que não foram graves. Foram ônibus incendiados, perdendo o freio e quase caindo em ribanceiras. Da prefeitura, apenas palavras de indignação e de promessa por solução. É como se tivessem se acostumado com a gravidade e ela passa a ser banal, corriqueira. Só quem anda e dirige um ônibus está consciente dos riscos da atualidade em nossa cidade. Mas, até mesmo a gente, se não se policiar, vai enxergando de forma rotineira. Talvez listando tudo de uma vez só, revele o tamanho real do risco que se corre.

    Quem sabe assim…

    Fizemos uma lista do que se tem conhecimento porque foi noticiado na imprensa. Essas imagens deveriam chegar ao Tribunal de Justiça do Estado que, no dia 05, em plenário define a situação da Cascatinha.

    • 25 de setembro – Estrada da Saudade, linha operada pela CDH
    • 31 de outubro – ônibus quase cai de  barranco na Rua Alagoas, no Quitandinha, linha da PetroIta
    • 09 de novembro – ônibus perde o freio na Rua Roncoroni, no Morin, e ‘para’ em um muro, linha da PetroIta
    • 28 de novembro – ônibus pega fogo na Getúlio Vargas, linha da PetroIta
    • 28 de novembro –  mureta do rio escorou ônibus na Washington Luiz, linha da PetroIta
    • 28 de novembro – ônibus perde o freio na linha Fragoso, na Estrada da Saudade, linha da Cascatinha
    • 05 de dezembro – ônibus incendiado no Siméria, linha da PetroIta
    • 25 de novembro – ônibus fica desgovernado na linha Espírito Santo, linha da PetroIta
    • 17 de janeiro – ônibus da CDH incendiado na Silva Jardim, no Centro
    • 26 de fevereiro – ônibus quase cai na ribanceira, no Quarteirão Brasileiro, linha da Cascatinha

    Queima total

    Isso sem contar na ‘queima total’ da garagem da PetroIta e Cascatinha, incêndio dia 09 de maio e até hoje não esclarecido e que tornou o que era ruim no sistema, péssimo.  

    Uma seleção de imagens com acidentes e incidentes em menos de cinco meses no sistema de transporte urbano de Petrópolis.

    Contagem

    E Petrópolis está há 293 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

    Desvio de função?

    Você conferiu aqui nas páginas de Cidade da Tribuna que o Tribunal de Contas do Estado determinou a anulação da licitação que estava sendo feita pela Comdep para escolha de uma empresa para coletar e dar destino final ao lixo hospitalar. O TCE apontou vício na concorrência. No ano passado, foram três tentativas, todas com irregularidades, segundo o Tribunal. A  Comdep, que recebeu somente em 2023 R$ 180 milhões da prefeitura, não consegue resolver o básico da operação do lixo – vide o imbróglio das contratações emergenciais – mas, mesmo assim, faz até reforma de escola.

    Big Brother do lixo

    Semana passada, o presidente da empresa, Léo França e o prefeito Bomtempo gravaram vídeo para dizer que são 22 pontos onde havia descarte irregular, mas praticamente institucionalizados, sendo monitorados por câmeras. Que em março serão 30 e em abril chegam a 50 câmeras. Mas, gente, só se cobrir toda a cidade com câmeras porque o que não falta é um ponto mais isolado pra descartar entulho.

    Entulho em Pedro do Rio

    No mesmo vídeo, o prefeito e Léo França anunciam que o local apropriado para o descarte de lixo é o aterro de Pedro do Rio. Mas, como assim? Um mês após assumir, Bomtempo anunciou que iria fazer uma denúncia aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sobre irregularidades encontradas no local. O lixão está saturado para entulho desde 2017. Acho que eles esqueceram que fizeram esse anúncio…

    Tudo igual

    Nesta mesma ocasião que anunciou que iria fazer a denúncia, em fevereiro de 2022, Bomtempo disse que em um mês a prefeitura iria estudar outro destino para os resíduos sólidos da construção civil e para o lixo verde do município. De acordo com a Prefeitura, novos estudos permitiram a prorrogação da licença por mais seis meses, até março de 2022. 

    Licenças renovadas

    Essa licença foi obtida em novembro de 2021, no governo interino de Hingo Hammes permitindo a continuidade do depósito dos resíduos da construção civil no terreno, por meio de licença concedida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Em um ano, a licença foi prorrogada quatro vezes. Então, a partir de 2022 e até agora,  a gente conclui que as licenças – que são concedidas pela própria Secretaria de Meio Ambiente, ou seja, fica tudo em casa – continuam sendo renovadas.

    A total falta de educação e empatia do ser humano: em frente ao Hortomercado de Itaipava, do outro lado da via, uma rampa de cadeirante totalmente obstruída por sacos de lixo.

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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