
Ônibus deixaram de rodar 13 mil vezes em 6 meses e paralisação representou 31% da perda em junho
Destrinchar os dados do Relatório Mensal de Operações da CPTrans significa uma descoberta a cada nova pesquisa. Partisans, com lupa, pesquisaram o número de viagens não realizadas apenas no dia 26 de junho, quando houve a primeira (de três até agora) paralisação da Turp. O protesto dos rodoviários começou às 14h e se estendeu ao longo do dia, com retomada das atividades apenas na manhã seguinte. E as perdas foram significativas: 723 viagens, uma média de 72 idas e voltas que deixaram de ser feitas a cada hora. Mais da metade (51%) das viagens programadas deixaram de ser realizadas naquele dia por conta da paralisação. As linhas mais afetadas foram as troncais que levam aos terminais de Corrêas (19,5 viagens perdidas, representando 19% do total de perdas em junho) e Itaipava (62 viagens perdidas, totalizando 28% do total de viagens não realizadas no mês). Ao todo, as perdas de viagens chegam a 13 mil em todo o ano, sendo que junho teve o maior índice. Desse número, 1.644 foram por falhas mecânicas e o restante se deu pelos mais diversos motivos — incluindo aí as paralisações.
Dados representam prejuízo ao usuário e desestímulo ao transporte
A gente bate nessa tecla porque isso representa um dos principais pontos da crise do transporte sob o ponto de vista do usuário, que já não enxerga mais o sistema como algo tão vantajoso para a sua vida: a redução da oferta, sem a frota e o número de linhas pré-pandemia. Sem falar na redução do número de linhas, que até hoje não voltou ao normal. Toda essa soma de fatores gera uma crise de credibilidade e uma percepção de que o sistema não é confiável.
Muito jogador e pouco técnico
Partisans atentos ao orçamento sentiram falta de uma pegada mais técnica no grupo de trabalho que vai monitorar e coordenar as ações do plano contra a penúria financeira. Só há um técnico no grupo, o contador Juarez Borges. E nenhum representante nem da Fazenda nem do Planejamento.
Quanto pior, melhor
Mais uma vez, a irresponsabilidade, talvez na ânsia de (na melhor das hipóteses) lacrar com o caos, acabou só gerando tumulto. Alguém viu o portão da UPA de Cascatinha fechado e, em vez de pesquisar e checar, como faz o jornalismo profissional, já foi logo dizendo que a unidade estava fechada. Mentira. O portão de acesso aos veículos foi fechado para a manutenção da Comdep, mas todo o serviço continuou sendo prestado.
Pegou fogo
Foi só o secretário de Defesa Civil anunciar, de Brasília, a chegada de R$ 37 milhões para a construção de casas populares que, por aqui, o clima foi de muita festa. Dizem que teve comemoração daquelas em algumas dependências da secretaria. Quem foi pego de surpresa até demorou a entender, mas logo ficou claro: a injeção de recursos deu uma animada na turma.
Homem de sorte
Aliás, quem também deve estar rindo de orelha a orelha é o vereador Dudu. Afinal, o anúncio desse importante investimento foi dias após a criação da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, que Dudu vai comand… opa, quer dizer, apoiar integralmente e acompanhar.

Contagem
Estamos há 2 anos, 2 meses e 19 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.