Ongs voltadas para a luta contra a Aids lamentam falta de parceria com o governo municipal
No período em que se intensificam as medidas preventivas ao HIV, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS, com data de conscientização em 1º de dezembro, as associações de apoio aos pacientes lamentam a falta de parceria com o poder público para desempenhar as atividades. O SOS Vida e a Pastoral da Aids destacam a redução e até paralisação das atividades por conta da falta de acesso aos gestores do programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis/HIV/AIDS (IST/HIV/AIDS). A situação tem impactado os mais de oito mil atendimentos realizados entre encaminhamentos para consultas em especialidades médias, exames, palestas, doações e eventos de orientação e prevenção.
Após três anos sem receber os recursos provenientes de convênio com o poder público, que somavam R$ 7,5 mil ao mês, o SOS Vida teve que fechar a sede em outubro. “Estávamos com alugueis atrasados e tivemos que entregar o imóvel, mas já estamos nos organizando para reabrir a nossa sede e voltaremos a desempenhar a atividade que há 21 anos exercemos nessa cidade”, destaca o presidente da instituição Antônio Carlos de Souza, que argumenta que o convênio foi rompido por alegação de divergências em documentações, supostamente pedentes por parte da instituição. “Estou buscando saber quais são as divergências para tentar regularizar a situação”, pontua o presidente do SOS Vida, reforçando em 21 anos de atuação na cidade, nunca passou por situação semelhante.
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Em nota, a assessoria de Comunicação da prefeitura informou que o processo para o convênio com o SOS Vida está tramitando na Secretaria de Saúde. E esclareceu ainda que está sendo feito o levantamento de documentos a serem anexados para a reativação do convênio. O mesmo distanciamento do órgão público é sentido pela dirigente da Pastoral da Aids. “Há três anos sentimos essa dificuldade em participar das ações de prevenção com o governo municipal”, pontua Dora Pires, presidente instituição ligada à igreja Católica, que realiza um trabalho de orientação, prevenção e acolhimento de pacientes diagnosticados com HIV.
Fora as instituições de apoio, o município conta com um programa voltado para o cuidado dos pacientes notificados com HIV/AIDS. De acordo com nota da prefeitura, de janeiro a outubro desse ano, a vigilância epidemiológica registrou 75 novos casos de HIV e AIDS. A maior prevalência é no sexo masculino e na faixa etária de 30 a 39 anos. A rede pública de saúde oferece os medicamentos, que esse ano foram fornecidos para 1.258 pacientes soropositivos. No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em ações de conscientização pela cidade, os profissionais de saúde realizaram 84 testes rápidos, entre os quais, dois casos foram positivos para HIV. Ao longo desse ano, mais de dois mil testes foram realizados.