Onde está Deus?
Onde está, pois, a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver? (Jó 17.15)
Como eu lido com o sofrimento? Como reajo a ele? Por que pessoas boas sofrem? Como é que Deus, que sempre foi bom, agora me deixa sofrer?
O livro de Jó trata de todas estas perguntas. Perguntas sobre o sofrimento, sobre o sentido de nossa existência. Perguntas que nem sempre têm respostas.
Repentinamente, numa série de desastres naturais, Jó perde tudo. E é questionado: ainda conservará sua integridade, sua fidelidade a Deus? (Jó 2.9). Jó responde: “temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (Jó 2.10) Mas as coisas não são tão simples. Respostas prontas, fáceis, simplistas, muitas vezes, não resolvem.
Numa série de diálogos com seus amigos, Jó questiona Deus, chora, clama, protesta, reclama, faz perguntas, busca respostas. Em nenhum momento, porém, se afasta de Deus.
As perguntas de Jó mostram sua angústia, dor e dúvidas. “Porque não morri eu na madre? Não é penosa a vida do homem sobre a terra? Lembra-te de que me formaste como em barro; e queres, agora, reduzir-me a pó? Se eu falar, a minha dor não cessa; se me calar, qual é o meu alívio?”
O sofrimento, desilusões e decepções abatem o espírito humano. A solidão da dor e a depressão são uma realidade. Em determinado momento do diálogo com seus amigos, Jó chega a um ponto de desespero. Não vê nenhuma esperança. Nada mais espera desta vida. Quando parece que acabou sua energia existencial, uma centelha de luz aparece. “A luz, dizem, está perto das trevas!” (Jó 17.12)
Nas noites mais escuras das nossas vidas, Deus é luz. Na noite mais escura as estrelas brilham mais! É neste momento que Jó se lembra de sua esperança! Esperança que Jó nunca perdera! A própria pergunta aponta para uma força oculta que o leva a Deus. É um sentimento contraditório em seu coração: vontade de chorar, de gritar, de desistir e, ao mesmo tempo, vontade de buscar, de ter uma esperança!
A fé leva Jó a um grito de esperança que surge de sua mais profunda convicção: “Eu sei que o meu redentor vive e, por fim, se levantará sobre a terra.” (Jó 19.25)
Às vezes, é preciso confiar mesmo sem entender os caminhos de Deus. Já diz Provérbios 20.24: “Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como poderá o homem entender o seu caminho?”
Por fim, Jó responde a Deus numa confissão de fé e de plena confiança: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos Teus planos pode ser frustrado. Eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te veem.” (Jó 42.2,5).
Quando fez esta confissão, a situação desesperadora de Jó ainda não havia mudado. Mas, no diálogo com Deus, a fé e a confiança que haviam sido abaladas foram restabelecidas. Agora, Jó se entrega como uma criança confiante no amor de Deus. Tudo o que passou na vida serviu para uma maior proximidade com Deus. Mesmo em meio à maior penúria que um ser humano pode experimentar na vida, Jó não questiona mais Deus. Pelo contrário, confia Nele mais do que nunca. Houve uma transformação em Jó no diálogo com Deus, nos confrontos, nas perguntas, nos questionamentos que fez a Deus.
Jó quer nos ensinar. Quer nos mostrar um caminho. Um caminho de aproximação de Deus. Na angústia, Jó questionou a Deus. Buscou o diálogo com Deus. E, neste diálogo, a fé de Jó amadurece e se fortalece! Busquemos este caminho de aproximação com Deus no diálogo com Ele! Na oração. Na meditação. Não esperemos momentos de extremo sofrimento para isso.
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Avenida Ipiranga, 346.
Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703