Onde está a paz?

Parte de nós busca por ela, intuitivamente; parte demonstra um distanciamento; parte oculta esta busca por não se querer trabalhar nos ritmos necessários a que ela se estabeleça no viver.

Por que isto se dá, se querem todos viver em paz, sob os auspícios de uma paz conclamada por um bem-estar na matéria e um lazer constante, a desfrutarem de benefícios eternos, quando a eternidade nos dispõe todos os aspectos adquiridos e acumulados em nossa mente e corpo espiritual?

O porquê, o homem não quer especular, apenas quer uma paz que propicie relaxamentos, partes da vida ao prover de tudo que o apraz e delicia, não?

Entretanto, não é assim que a paz verdadeira se tornará companheira eterna da alma; não será diante das delícias da vida prazerosa da materialidade que a paz penetrará nas criaturas, pois, a verdadeira paz se conquista, realizando um constante trabalho íntimo.

Paz, irmãos, é ter consciência de ter praticado deveres e assumido as responsabilidades que tocam as criaturas em todos os campos de vivenciação; é sentir-se bem a cada minuto de vida; é cumprir com os deveres junto a irmãos difíceis e problemáticos, sabendo compreendê-los e partilhando das dificuldades, ombro a ombro, sem fugir destas lutas cármicas promovidas em oportunidades, a que as consciências restabeleçam os ditames do desamor e dos desequilíbrios, dos desrespeitos e dos sentimentos insuflados pelo ódio e revoltas.

Buscar a paz é exercício, é dever àqueles que desejam um ritmo mais suave de vida. Sabemos o quanto é difícil equilibrar os sentimentos, as palavras e as atitudes, pois são posicionamentos, por vezes, de séculos, a necessitarem de uma grande força de vontade, entendimento e abnegação, a que sejam restauradas as origens das divergências e do desamor.

Assim, esta busca por uma paz íntima torna-se uma questão moral. Exatamente, de moralidade, porque se incluem nela necessários posicionamentos onde será preciso sentir um alerta maior, consciencial, para que se freiem impulsos e vibrações, onde a ética entre irmãos deverá existir, respeitando e procurando, numa compreensão dos contextos e condições humanas e espirituais, o estado íntimo de irmãos, suas dificuldades e sentimentos, penetrando nas razões de movimentações cotidianas, a atrelá-los num mesmo campo vivencial, no porquê de estarem juntos e da falta de aceitação ou entendimento entre eles ou mesmo com outras tantas almas. Este será o dever de cada criatura, para que uma paz se identifique aos corações sofridos e distantes de uma maior penetração das razões de vida atual e das dificuldades de se viver em paz, por exemplo, dentro de um círculo familiar e consanguíneo.

Os relacionamentos humanos buscam a paz, não? Mas, como se sentir em paz, irmãos, se a aceitação torna-se de difícil penetração? Como construir e estabelecer os vários degraus de elevação moral e ética, se não buscarmos um maior entendimento diante dos quadros e cenários vivenciados por todo Espírito, que se apresenta, hoje, neste corpo denso de carne?

Somente, amigos, num trabalho constante e firme, na educação de nós mesmos, na vigilância aos nossos pensamentos e nos diversos endereçamentos que damos a eles, é que poderemos auspiciar a um equilíbrio humano, a esclarecimentos que nos posicionem em instantes de mais paz, a sentirmos, dentro de nós, estabelecidas as vibrações que enviamos a todos ao nosso redor.

Paz significa compreensão; compreensão exige um aprofundamento espiritual e este aprofundamento precisará estar baseado na fé que, diante de nós e dentro de nós, terá que ter bases cristãs, no dever de compartilharmos a paz que o Mestre nos apontou, com os irmãos e caminhantes que nos vêm acompanhando, a nos ajudarem e a eles também, neste equilíbrio tão ansiado e tão difícil de ser permitido por nós mesmos.

Busquemos esta paz dentro de cada instante de vida e, deixemos, que ela estabeleça um elo maior de amizade a se distender ao Universo do Pai eterno.