OMS e ONU alertam para desigualdade na distribuição de vacinas
A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a destacar, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (7), a desigualdade “terrível” na distribuição de vacinas contra a covid-19 pelo mundo. Também presente no evento virtual, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que isso “atrasa a retomada” econômica e pediu que os países produtores e as empresas responsáveis adotem medidas para melhorar essa distribuição.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para o risco de fracasso na luta global contra a pandemia, caso as vacinas não sejam mais bem distribuídas, já que áreas com menos cobertura abrem mais espaço para o surgimento de novas variantes do vírus, potencialmente mais perigosas. Ele lembrou que neste ano a OMS havia estabelecido uma meta para que todos os países tivessem vacinado ao menos 10% de suas populações até o fim de setembro. “Cinquenta e seis países não conseguiram, mas a culpa não foi deles”, ressaltou.
Tedros Adhanom disse que mais de 6,4 bilhões de doses de vacinas já foram administradas globalmente, com quase um terço da população mundial totalmente vacinada contra a covid-19. “Esses números, porém, mascaram uma desigualdade terrível”, alertou, lembrando que os países mais ricos usaram 75% de todas as vacinas produzidas até agora e os de renda baixa, menos de 0,5% das vacinas globais. “Na África, menos de 5% das pessoas estão completamente vacinadas.”
A OMS e a ONU defendem, nesse contexto, transferência tecnológica para que mais países possam produzir vacinas e com isso elas cheguem aos mais pobres. Guterres mencionou a possibilidade de quebra de patentes como uma alternativa, nesse contexto.
Meta
A OMS lançou uma meta de que todos os países vacinem, até meados de 2022, 70% de suas populações. O secretário-geral da ONU, por sua vez, afirmou que são necessários US$ 8 bilhões para distribuir de modo igualitário vacinas para 40% das pessoas em todos os países até o fim deste ano.