Olimpíadas: pesquisadores brasileiros apoiam a realização dos jogos no Rio de Janeiro
Um grupo de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou, na ultima sexta-feira (03), um artigo com evidências que comprovam que não há necessidade de adiamento ou cancelamento dos Jogos Olimpícos e Paralímpicos no Brasil. O documento esclarece que, ao analisar os riscos de infecção de turistas durante o evento, é preciso considerar diversos fatores, entre eles a sazonalidade das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, que tem baixa incidência no mês de agosto.
A incidência da dengue no Rio de Janeiro, por exemplo, varia entre um e sete casos para cada cem mil habitantes neste período. Para avaliar o risco de transmissão do vírus Zika durante as Olimpíadas, os pesquisadores consideraram o histórico de casos de dengue desde 2010. O mesmo comportamento deve ocorrer com o Zika, uma vez que a doença é transmitida pelo mesmo vetor.
De acordo com o texto elaborado pelos especialistas brasileiros, a capacidade de transmissão dessas doenças fica fortemente reduzida quando a temperatura mínima fica abaixo de 22ºC a 24ºC. No Rio de Janeiro, o mês de agosto tem a temperatura mínima média de 19ºC a 26ºC. “Por causa dessa baixa capacidade vetorial, as doenças transmitidas por vetores apresentam risco mínimo de transmissão durante o inverno”, afirmam os cientistas. A expectativa é que o Brasil receba de 350 mil a 500 mil turistas durante o evento. De acordo com estimativa calculada por estudos matemáticos, devem ocorrer quatro casos de dengue entre essas pessoas, com a margem de erro variando entre um e 36.
Outra evidência apresentada no artigo é de que a transmissão do Zika já atinge mais de 60 países. Além disso, o estado do Rio de Janeiro recebeu mais de um milhão de turistas em fevereiro, durante o carnaval, quando a circulação do vírus encontrava-se no auge.
No documento, os pesquisadores ressaltam ainda que as gestantes devem evitar viajar para regiões com transmissão do Zika, conforme preconizado pela OMS. Para o público geral que irá visitar o Rio de Janeiro, as recomendações são as mesmas já divulgadas pelo governo brasileiro e pela OMS: utilizar medidas de proteção individual, como o uso de repelentes, além do uso de preservativo para evitar a transmissão sexual do vírus. “O melhor curso de ação não é adiar os Jogos ou incentivar os estrangeiros a não participar, mas sim informar a população sobre medidas de proteção individual, concluem os pesquisadores”.
O artigo foi publicado na revista 'Memórias', criada em 1909 e considerada um dos mais importantes periódicos científicos da América Latina, e vem como uma resposta à carta aberta de pesquisadores internacionais encaminhada recentemente à Organização Mundial da Saúde (OMS) e que pede o adiamento dos Jogos Olímpicos.
AÇÕES – O Brasil está tomando todas as providências para que Jogos Olímpicos sejam realizados de forma tranquila. Por isso, acompanha com segurança a reunião de especialistas convocada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). O encontro permitirá reforçar a transparência sobre a discussão da realização dos jogos no país e esclarecer qualquer dúvida sobre o evento e a situação do vírus Zika para que Jogos Olimpícos e Paralímpicos sejam realizadas no país.
Neste ano, o Ministério da Saúde já acompanha uma nítida queda antecipada do comportamento dessas doenças, resultado da mobilização nacional contra o Aedes aegypti. Elas continuarão sendo monitoradas e acompanhadas em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e OMS.
O governo brasileiro, de maneira transparente e em contato permanente com a OMS e a Opas, está tomando todas as medidas necessárias para o combate aos focos de mosquitos, com ações específicas voltadas ao Rio de Janeiro e às cidades que receberão as partidas de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, nos dias 23 e 24 de maio, em Genebra (Suíça), reforçou o compromisso brasileiro durante a Assembleia Mundial de Saúde, em encontro com a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, e reunião com o diretor-geral do Comitê Olímpico Internacional (COI), Christophe de Kepper, e com o diretor médico do COI, Richard Budgett. O Brasil mantém toda a atenção e medidas para que os jogos no Brasil sejam um marco histórico dos esportes. O Ministério da Saúde possui mais de 3.000 profissionais na capital fluminense especificamente para o combate ao Aedes aegypti.
Com informações do Portal Saúde