• Ode a Brecht, Odebrecht

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  • 05/03/2016 11:25

    Dilma Zika Roussef. Lula Aedes Egypt. Brasília de Gaza da Silva. Nunca antes na história do nunca jamais. País caranguejo. País caipora. Governo que colhe tempestades da semeada mentira. Povo que sofre a escolha do sórdido mau-caratismo disfarçado de esperteza na campanha imunda de 2014. 

     Brasil Janio Quadros. Pés torcidos para dentro, o tronco para trás, a cabeça ao contrário. Não sai do lugar. Lula anunciara o espetáculo do crescimento. Era vento. Erva daninha também cresce. Câncer cresce também. Assola. Assombra. O pré-sal era pre-texto: riqueza do futuro, roubalheira de agora. O PT não inventou a corrupção. Nem o Schumacher a roda.  Mas ambos se tornaram campeões nas suas áreas, se é que você me entende.

     Sítio do Lula no Bumlai do outro. Apartamento do Lula na Odebrecht de alguém. Tudo amigo. Gente caridosa, que empresta sítio, deixa lá botar a mudança presidencial, as louças, talheres, pedalinhos dos netos. Empreiteiras gentis se esfalfando em finezas na cozinha da madame. 

     E essa coisa máfia internacional. Lula indicava o marqueteiro pago pela empreiteira e elegia o governante. A peso de ouro, a empreiteira levava o Lula ao país do eleito que, grato e cordato, contratava a empreiteira. Esta pegava dinheiro nosso, no BNDES, para fazer a obra do eleito lá fora. No meio do caminho, a roubalheira, caixa dois, offshores, paraísos fiscais, sítios, triplex. Coisa de máfia. Parece uma peça de Brecht. Santa Joana dos Matadouros. Ode a Brecht. Odebrecht

     Quem ficou no PT relata: o ar é de chumbo. Morrerão intoxicados. Saiam daí enquanto é tempo. Sei que é duro dar a vida pelo sonho e ver, tão podre, a estrela vermelha. A estrela que me roubaram, pensa o militante velho. E o militante novo, coitado, esse estudante a quem dizem, o PT é à esquerda, o resto é direita e mentira, perseguição. Ser contra o governo é ser direita, dizem aos pobres de espírito. Ser contra esse governo é ser direito. Ser correto, nessa quadra difícil da vida brasileira, digo eu. Azar nosso que a direita cá esteja. Só revela as misérias a que o PT nos entregou. A maioria não quer estar na passeata do Bolsonaro, dos que pedem ditadura. Mas quando nos sobra escolher entre quadrilhas, há que combater o mais podre, antes de alcançar a virtude desejada.

     Há esperança. Mas com quantos Sérgios Moros se faz um país? Um só não fará. Até porque a pressão inominável cansa, adoece. Muitas manobras, mazelas, ameaças, maldições lançadas pela Confraria dos Que de Nada Sabiam. Lula não sabia. Dilma não sabia. Dirceu não sabia. Genoíno são sabia. E agora o marqueteiro que mandava nas campanhas e nas falas de tantos governos, de nada sabia: -Eu trabalho de graça, o pessoal põe dinheiro na minha conta, não sei de onde vem, me amam, me presenteiam… 

     Histórias de boi mugir, de aterrorizar crianças, de cansar a alma calejada, fazer revirar nas tumbas João Cândido, Joaquim Nabuco, Pedro II, Rui Barbosa, Luís Gama, Apolônio de Carvalho, Tiradentes, Dom Hélder, Betinho.

     Que país é este? Cantou o grupo de rock antigo. País cansado. Inflação que come futuros. Desemprego que come passados e palita dentes no desespero do dia de hoje. O que é que eu vou dizer pro meu neto? Pisotearam as esperanças, cuspiram na dignidade, emporcalharam a bandeira dos sonhos brasileiros. O que é que eu vou dizer pro meu neto? Fala, Delcidio. Fale quem tem o que dizer. A verdade liberta.

    denilsoncdearaujo.blogspot.com

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