• Obras da nova Rio-Petrópolis podem ser paralisadas devido demissões

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  • 08/07/2016 17:30

    As obras de construção da nova estrada Rio-Petrópolis estão comprometidas devido à demissão em massa que está sendo feita pelo consórcio responsável pelo projeto. Até hoje pelo menos 180 funcionários já foram demitidos, e outros 190 deverão perder o emprego nas próximas semanas. Para Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil (Siticommm) de Duque de Caxias, até o fim do mês todos os funcionários deverão ser demitidos pela empresa, e com isso as obras devem ser paralisadas definitivamente.

    A demissão em massa foi anunciada na segunda-feira, pelo próprio consórcio responsável pela obra. Na ocasião, as empresas afirmaram que apesar das demissões manteriam pelo 50 funcionários, para dar prosseguimento às obras. No entanto, para o Siticommm isso não será possível. “Até hoje eles demitiram 180. E a previsão é de que até os últimos dias de julho todos os funcionários tenham sido dispensados. Se o governo federal não se posicionar, e o consórcio não conseguir recursos as obras vão estagnar”, revelou Romualdo Régis, diretor do sindicato.

    Na tarde de ontem 190 funcionários trabalhavam na limpeza e desconstrução dos canteiros onde as obras estavam sendo executadas.  Segundo Romualdo, esse era um dos objetivos da empresa ao demitir ponderadamente os funcionários.  “Quem restou aqui está desmobilizando todos os canteiros de obras e limpando os locais, que deverão ficar abandonados se não tiver recurso. Eles demitiram aos poucos justamente por isso, para que os funcionários possam ir desmobilizando esses canteiros”, declarou. 

    Como se já não bastasse perder o emprego, os trabalhadores ainda terão que brigar na justiça pelos direitos trabalhistas. Isso porque segundo o sindicato, o consórcio declarou não ter condições financeiras de arcar com as recisões contratuais. “A empresa vai começar as homologações no sindicato, que colocará em ressalva, porque eles (a empresa) disseram não ter dinheiro para pagar todas as recisões. Com isso falaram que o trabalhador poderá  retirar apenas o fundo de garantia e seguro desemprego”, completou Romualdo.

    Segundo o sindicato, o valor das recisões será calculado pela instituição, que recorrerá a Justiça para que sejam pagas pela concessionária. Além das dívidas com os funcionários, o consórcio tem débitos também com os fornecedores do projeto, principalmente na parte da alimentação.

    Apesar das afirmações do grupo, em especial da Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio, o Governo Federal disse, por meio do Ministério dos Transportes, que foram repassados mais de R$ 237 milhões ao Consórcio Nova Subida da Serra entre 2014 e 2015. No entanto, com relação ao restante das verbas, o órgão disse que “ainda não há previsões definidas”. 


    Quando tudo começou

    As obras da nova estrada Rio-Petrópolis começaram em 2013, quando mais de 1.400 profissionais trabalhavam na execução do projeto, que seria um marco na história da região serrana. O projeto prevê a construção de uma pista com mais de 23 quilômetros e um túnel com cerca de cinco quilômetros, sendo o maior do país, em uma rodovia federal. Além disso, a nova pista deveria teria traçados com curvas menos sinuosas e deveria estar pronta já para as olimpíadas deste ano.


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