Obra irregular causa queda de trecho da Rua Guatemala, no Quitandinha
O trânsito da rua Guatemala está impedido desde a manhã de ontem. Os problemas com a obra na rua General Rondon, próxima ao número 515, no bairro Quitandinha,continuam e durante a madrugada de ontem mais um pedaço da rua e do muro caíram.Na manhã de ontem, a obra foi interditada pela terceira vez pelo Núcleo de Fiscalização de Obras Particulares e os trabalhos foram paralisados às 11h. A DefesaCivil avaliou os riscos e interditoua via. Com isso, o acesso àscasas está sendo feito pelo bairroParque São Vicente.A obra, que foi iniciada há três meses, começou a apresentar problemas no dia oito deste mês, quando foi feito o primeiro embargo e aplicada uma multa de R$ 2 mil. Nesta primeira advertência os responsáveis foram penalizados por estarem tocando a obra sem autorização da Prefeitura,já que o alvará concedido foi apenas de demolição de um imóvel existente no local, masa intervenção excedeu a autorização.No feriado da última sexta-feira, o responsável pela obra foi autuado novamente,pois continuou com as intervenções e não cumpriu com a determinação de apresentar, em três dias, projeto para contenção da rua e estabilização do terreno,garantindo segurança não apenas à via pública como também ao imóvel vizinho, sob pena de multa de R$ 20 mil.De acordo com o secretário da Defesa Civil, tenente-coronel Rafael Simão, durante o mês todo o órgão, assim como o núcleo de fiscalização, ainda não recebeu nenhum contato dos responsáveis pela obra. As informações da secretaria são de que o autor técnico do projeto é Ricardo Francisco e que o terreno está no nome de uma empresa petropolitana. “Precisa ser feita a proteção ideal para evitar que mais movimentações ocorram na casa e na rua, além de repor ao município o dano e garantira segurança dos moradores. Não há alvará para que seja realizada obra emergencial e nenhum contato foi feito para que dentro da técnica fosse apresentado um projeto demonstrando os cálculos”, afirma.Os moradores da localidade temem que algum acidente aconteça e a casa ao lado, que apresenta rachaduras e danificações no muro, já foi evacuada desde o dia 13. A via está comprometida em aproximadamente seis metros e agora a interdição foi até a calçada. Com isso, o restante da rua que tem pouco mais de um metro e meio corre risco de desabar. A casa em frente ao canteiro de obras é de Áurea Maria Gonçalves e, segundo amoradora, a insegurança é um sentimento diário. “Tenho medo de ficar em casa. Só estamos aqui porque o quarto é nos fundos e mesmo assim não dormimos bem. Estamos parando o carro na rua porque temos medo de cair tudo. Aqui virou ponto turístico,toda hora vem um vigiar”, conta.A secretária da associação dos moradores do bairro Quitandinha,Amopac, Eugênia Souza,contou que no início da manhã os moradores impediram as movimentações de veículos na obra. “Hoje fechamos a rua e não deixamos nenhum caminhão entrar. Foi uma estupidez grande e não precisa ser geólogo para saber que a construção deveria ser feita no declive do terreno”, afirma.Ainda na manhã de ontem quem tentou acessar a rua foi obrigado a retornar pelo Parque São Vicente. Paulo Chagas é morador da localidade e se aborreceu ao encontrar a interdição.“É uma rua residencial, quero chegar em casa e não sei como faço porque o retorno é só na Polícia Federal”, fala.A Secretaria de Proteção e Defesa Civil informa que o proprietário da obra foi multado em R$ 18 mil. Fiscais do Núcleo de Fiscalização de Obras Particulares(Nufic) estiveram no local e embargaram a obra – o alvará concedido anteriormente pela Prefeitura permitia apenas a demolição de um imóvel existente no local. O proprietário deve cumprira interdição da obra e, até hoje,apresentar projeto para contenção da rua e estabilização do terreno. A Tribuna tentou contato com o proprietário do terreno,mas até o fechamento desta edição não conseguiu retorno.