Obra de restauração em casarão da Souza Franco é finalizada
A obra de restauração de um casarão do século 19, que fica na Rua Souza Franco, no Centro da cidade, foi finalizada. O trabalho que resgatou as origens do imóvel, construído há 130 anos e de arquitetura eclética, foi realizado durante dois anos e recuperou paredes, portas, telhado e toda a parte de pintura artística. As intervenções foram feitas tanto na parte interna, quanto externa do casarão, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O imóvel particular estava abandonado há mais de 30 anos. O interesse em restaurar partiu dos novos proprietários e contou com o projeto de recuperação do arquiteto Paulo Vasques. A obra foi realizada pela empresa Cortein e acompanhada por técnicos do Iphan durante todo o processo.
Fabio Esch foi o arquiteto responsável pelas intervenções no imóvel e teve durante todo o período de intervenções a ajuda do estudante de engenharia Pablo Carvalho. Ele contou que os desafios foram muitos ao longo desses dois anos. Só a parte de obra civil levou cerca de 18 meses para ser concluída. Os outros seis meses foram destinados para a realização da pintura artística. Para recuperar os detalhes da construção, ele disse que foi preciso recorrer a fotos e plantas antigas. Também foram realizadas prospecções na casa para descobrir os materiais originais que foram utilizados naquela época. Fábio revelou que muitos desses já não são mais encontrados, então foi preciso recorrer ao que mais se aproximava de cada um.
Mais de 25 pessoas trabalharam na construção. E este também foi um desafio. Segundo Fábio foi preciso conscientizar cada um sobre a importância em preservar cada detalhe do casarão. A parte estrutural do imóvel também teve que ser trabalhada com cautela porque apresentava, em alguns casos, complicações que faziam com que o planejamento da obra fosse alterado. “Todo o processo de recuperação exigiu cuidados devido ao valor histórico que a casa tem”, disse.
Do lado de fora, a construção, que estava em ruínas dois anos atrás, agora se destaca por sua beleza exuberante. Além disso, na parte interna, é que se escondem as maiores riquezas arquitetônicas da casa. As pinturas e os detalhes daquele período aparecem em todas as paredes, no teto e até no chão. Tudo isso traz à tona a importância que a arte do século 19 representa. Mesmo sem a descrição de quais foram os trabalhos que inspiraram as pinturas da casa, foi naquele período que viveram grandes artistas da história como Vincent Van Gogh e Claude Monet.
O processo de recuperação buscou manter todos os detalhes do início da construção, como as maçanetas, portas e janelas. Além do prédio principal, que é tombado, há também um anexo, que foi reformado em harmonia com o restante da construção. A residência têm dois andares e mais de 10 cômodos, sendo 7 quartos. A altura entre o chão e o teto é de 4 metros. O andar debaixo é ligado ao de cima por uma escada de madeira de riga de pinho, que também precisou passar por uma longa reforma, pois estava arriada, quando os arquitetos e engenheiros começaram a obra.