• Obesidade: doença crônica atinge crianças e adultos e já é considerada uma epidemia global pela OMS

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  • No Dia Mundial da Obesidade, endocrinologista do Hospital Santa Teresa alerta para a importância de uma equipe multidisciplinar na mudança no estilo de vida do paciente

    03/mar 08:34
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),1.9 bilhões de pessoas em todo o mundo viverão com obesidade em 2035; a obesidade infantil deverá aumentar 100% entre 2020 e 2035 e espera-se que 1 em cada 4 pessoas viva com obesidade até 2035. Essa doença crônica não é apenas uma questão estética, mas sim uma condição médica complexa que está intimamente ligada a uma série de complicações de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e até mesmo certos tipos de câncer.

    Em 4 de março, celebra-se o Dia Mundial da Obesidade e a data visa conscientizar a população acerca do tema. Pensando nisso, a endocrinologista do Hospital Santa Teresa, Alice Kloh, falou sobre quando o excesso pode se tornar um problema para a vida do paciente.

    A médica inicia explicando que o primeiro passo para o combate à obesidade é buscar ajuda de um profissional capacitado a orientar e encaminhar para a avaliação de uma equipe multidisciplinar, já que a mudança de estilo de vida é o pilar do tratamento.

    “A equipe multidisciplinar é importante, pois o tratamento consiste na mudança de estilo de vida. Isso inclui a alimentação balanceada prescrita pelo nutricionista; o exercício físico acompanhado por um cardiologista, um ortopedista e um profissional de educação física; acompanhamento psicológico e do endocrinologista a fim de detecção e correção de distúrbios metabólicos; ainda devemos acrescentar os medicamentos e o envolvimento familiar como peças-chave nessa caminhada do paciente”, esclarece a especialista.

    Segundo a OMS, sobrepeso ou obesidade é definido como acúmulo excessivo ou anormal de gordura que apresenta risco à saúde. O índice de massa corpórea (IMC) define esses termos, no qual o indivíduo é classificado como sobrepeso, caso o IMC se apresente entre 25 e 29,9 Kg/m2; e obeso se o IMC for acima de 30 Kg/m2.

    “Obesidade é uma doença crônica e sua prevalência vem aumentando não apenas em adultos, mas em jovens e crianças também. Atualmente, a doença é considerada uma epidemia global. No caso das crianças, o excesso de peso (que inclui casos de sobrepeso e de obesidade) afetou uma em cada 10 crianças brasileiras e um em cada três adolescentes (10 a 18 anos) no ano de 2022. Isto devido ao consumo elevado de alimentos com alto índice glicêmico, bebidas contendo açúcar, tamanho das porções de alimentos preparados e serviços de fast food; diminuição da presença familiar nas refeições; sedentarismo; e aumento do uso de “telas”, principalmente eletrônicos. Todos esses são fatores de risco para obesidade”.

    A obesidade representa um perigo significativo para a saúde, aumentando substancialmente o risco de uma série de condições adversas. Entre essas complicações, destacam-se o diabetes melitus tipo 2, uma condição crônica que afeta a regulação do açúcar no sangue e pode levar a complicações graves. Além disso, a obesidade está fortemente associada à dislipidemia, um desequilíbrio nos níveis de lipídios no sangue que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

    A apneia do sono também é uma preocupação comum entre os obesos, aumentando o risco de problemas respiratórios durante o sono. Os problemas articulares são outra complicação frequente, devido ao excesso de peso que sobrecarrega as articulações, podendo resultar em dor crônica e limitações de mobilidade. A obesidade pode, ainda, afetar negativamente a saúde mental, aumentando a susceptibilidade à depressão e outros distúrbios psicológicos.

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