• O velho Colégio Plínio Leite

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  • 29/06/2018 09:24

    Digo numa trova: “Saudade palavra doce / que tanto amargor nos traz, / como se lamento fosse / pelo que não volta mais.” Nos dias 10 e 11.06.16, o Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), nos proporcionou uma série de palestras sobre vários assuntos em torno da colonização alemã, tanto em Petrópolis como no sul do país – todas muito boas e elucidativas, principalmente, para quem respeita, ama e defende a preservação das origens e tradições desta cidade.

    Mas no decorrer de uma das palestras, alguém indagou o que abrigava anteriormente o prédio do então Colégio Carlos A. Werneck, no lado par da rua do Imperador onde hoje se ergue o prédio Santo Antonio. E como surgissem dúvidas, esclareci que ali funcionava o então Colégio Plínio Leite, nas décadas de 30/40, pois lá recebi minhas primeiras lições aos 6 anos de idade. O prédio em frente, na esquina da rua Paulo Barbosa, onde hoje é o Edifício Imperador, era o local do colégio da ala feminina, possivelmente as internas, que não lembro se estudavam no nosso prédio ou lá mesmo. Mas por esclarecimento de um amigo, antes do colégio, ali havia funcionado a Assembléia Legislativa, pois o Palácio Amarelo era então, a sede da Prefeitura.

    Para mim, uma criança, lembrava somente do pátio do recreio e alguns flashes da sala de aula e da carteira com o eterno “espaço” para o tinteiro, tão em uso naquela época. Lembro ainda de um estudante, certamente com possíveis deficiências, que andava pelo recreio com uma caixa de sapato, recolhendo papéis de “mariola” que encontrava no chão – naquele tempo, era a merenda que a maioria dos alunos levava para seu lanche. 

    Vejam como é a vida: depois de 79 anos, lembro-me de tão pouco que, por algum motivo, ficaram gravadas em minha memória: o nome daquele aluno, Azambuja, e parte do Hino do Colégio, que assim cantávamos: “Eia, avante mocidade, / estudai para aprender! / Nas pugnas de nossa escola / nos campos dos esportes enfim / sejamos bravos e valentes / nosso ardor não tem mais fim.”

    Mas como certamente, não posso confiar em minha memória infantil, e sabendo faltar uma boa parte do hino, entrei em contato com o colégio em Niterói, já transformado em faculdade. Recebi então, poucas informações da atual diretora, sra. Isabella Bittencourt, bisneta do professor Plinio Leite que, gentilmente, me enviou a letra completa do hino, com indicação dos respectivos autores – Virgilio Werneck e Otávio Maul – obviamente, readaptado para a cidade de Niterói, para onde se transferiram. Mesmo sendo extremamente saudosista, me emociono em relembrar pequeninos fatos daquele período da infância e por esta particularidade é que, talvez, seja o motivo pelo qual preserve tanto carinho por esta cidade que, como sempre digo, plagiando o escritor Dee Brown – “enterrei meu coração na curva da Serra”.

    jrobertogullino@gmail.com

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