• O valor de um diploma

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  • 06/02/2017 12:02

    Corre pelas redes sociais a discussão sobre a importância de ter um diploma de curso superior. Essa discussão nasceu a partir da prisão do senhor Eike Batista pela Polícia Federal.

     Ele já foi considerado o homem mais rico do país financeiramente e o sétimo do mundo, segundo a revista “Forbes”. Agora está detido em uma cela de 15m². Dorme em beliche de cimento, usa um banheiro que apenas tem um buraco para fazer as necessidades fisiológicas. 

     Os comentários são referentes ao fato de ele, apesar de ter muito dinheiro, não possuir formação universitária. Iniciou um curso de Engenharia, mas não concluiu. E, por não ter graduação em nível superior, foi conduzido para uma prisão comum, isto é, não pode frequentar a “cela vip” do presídio.

    Ironias circulam pelos aplicativos: dizem que ele comprou carros luxuosos, mansões, políticos, até mina de ouro, mas não “comprou” um diploma. O fato de não ter “comprado” um diploma, é uma atitude louvável. Talvez hoje a decepção fosse maior, caso tivesse burlado o grau de escolaridade.

    Neste início do ano letivo, é oportuno despertar, nos jovens, a importância do estudo, a preocupação com uma carreira profissional e também com a conduta ética e moral, para que não sofram as penas impostas pela lei.

    Não se busca uma formação universitária com o intuito de ter uma cela especial em um presídio. Mas por uma realização vocacional, para ser útil à sociedade por meio do trabalho. E, com ele, manter-se honestamente.

     É válido ressaltar que há milhares de pessoas com nível superior atrás das grades e um número bem maior de brasileiros sem escolaridade, mas ricos em dignidade, andam de cabeça erguida, nunca tiveram problema com a justiça, nem com o fisco. Vivem no anonimato, fora das colunas sociais e das páginas policiais.

    Nas instituições de ensino, encontramos uma formação acadêmica. A transmissão do conhecimento científico precisa dessa sistematização, porém há outro processo educacional, que acontece fora dos bancos escolares, que estabelece uma escala de valores imprescindível na formação do caráter de cada indivíduo. Fato este que não está vinculado à genética nem ao poder aquisitivo, mas a critérios que regem o comportamento de cada cidadão.  É nesse ponto de vista que se discute o “ser” e o “ter”.

    Há os que valorizam o “ser”; outros colocam o “ter” em primeiro plano, acham que os fins justificam os meios. Não medem esforços para enriquecer, mesmo que para isso tenham que agir ilicitamente. Estes são os que lotam os presídios, pois colocam os bens materiais acima dos valores morais e éticos.

    Vale evidenciar que qualquer cidadão pode construir um patrimônio de forma digna, pelo suor do trabalho, pagando impostos e sem explorar o semelhante. Mas para isso, é preciso ter a honestidade como virtude indispensável.

    A crise que vivemos passa pela desonestidade: vai desde o simples roubo de galinha ao complexo processo de lavagem do dinheiro desviado dos cofres públicos. Quem tem uma convicta formação religiosa sabe que não vale a pena ganhar o mundo e perder a alma.  Para estes, o viver não se resume em acumular bens, nem na ostentação de poder pela “força da grana”.

     A caótica situação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) reflete bem a forma como a educação é tratada pelas autoridades. Contudo, não perdemos a esperança: ainda acreditamos na justiça e continuamos a lutar para que todos possam ter acesso à sala de aula do Ciclo básico ao Ensino Superior.

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