• O vai e vem do terreno do Caetitu para casas populares desde 2013

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 03/03/2022 02:58

    A história do terreno do Caetitu é emblemática pelo vai e vem do terreno.  A prefeitura anunciou agora que vai ceder a área ao Estado para a construção de casas populares, mas a história começa lá trás e a gente a-do-ra uma boa história. Em 2013, por R$ 2,2 milhões a então gestão de Rubens Bomtempo desapropriou a área que era da igreja.  E anunciou que lá iria construir 800 apartamentos.  E foi na mesma época em que anunciou 850 unidades no Vicenzo Rivetti.

    Nova venda para a iniciativa privada

    Mas, sem conseguir apoio do governo federal para essa construção – as do Vicenzo Rivetti também estavam paradas – o governo Bomtempo decidiu desafetar a área, ou seja, conseguir uma autorização da Câmara de Vereadores para vender o terreno para a iniciativa privada. Eis que no dia 23 de dezembro de 2015, a Câmara fez a sessão mais longa de sua história. Sob a presidência de Paulo Igor foram 16 horas – de 14h do dia anterior ate às 6h – tentando convencer os vereadores a barrar a permissão. Mas, ela foi dada por 10 votos a cinco.  E o terreno ficou liberado para a venda.

    Área de preservação

    A gestão Bomtempo acabou e o terreno não foi vendido. Porém, em 2019, um laudo do Instituto Estadual do Ambiente, foi incluído em um procedimento aberto pelo Ministério Público. O documento confirma denúncia de moradores de que a área, 17 hectares encontra-se dentro dos limites da Área de Proteção Ambiental (APA – Petrópolis) e é considerada Zona de Proteção Especial, onde em princípio, não pode haver nenhum tipo de construção.  Talvez seja por essa situação já levantada pela Tribuna que nem governo federal nem a gestão Bomtempo conseguiram levar adiante o projeto lá trás.  E essa transferência para o Estado é bem capaz de ser um presente de grego porque será que Max Lemos, secretário de Infraestrutura, foi informado desse pormenor?

    Recordar é viver: taí uma imagem de 2013 e o falecido programa Somando Forças de Pezão que já tinha destinado valor para melhorias de vias no Caetitu onde a prefeitura pretendia construir 800 casas para desabrigados das chuvas.

    Somando Forças atrasadas

    É como os Partisans lembraram aqui: tem R$ 19 milhões do programa Somando Forças, ainda do Pezão, de 2013, que podiam estar sendo usados na cidade. Deste total, R$ 7 milhões o prefeito Rubens Bomtempo informou ao Estado que a verba sem uso pode ser usada no asfaltamento no Caetitu onde ele acredita que possam ser erguidas casas também pelo Estado…

    O que entra… e o que sai

    Que bom que a prefeitura colocou no ar, no Portal da Transparência, uma sessão especial com valores recebidos para mitigar os efeitos da enchente. Por enquanto tem apenas o que entrou. Falta agora colocar o que saiu, com notas fiscais, contratos etc. E das empresas de economia mista também como Comdep e CPTrans.

    Luto e folia?

    Pegou mal o vídeo em que o deputado estadual Marcus Vinícius, ex-Neskau, e o secretário estadual de Turismo, Gustavo Tutuca, aparecem cantando e sambando em um evento particular. Nem tanto por Tutuca, mas por Neskau, que é da cidade enlutada porque acaba de perder 232 pessoas em uma tragédia às vésperas do Carnaval nem acabou ainda de enterrar todos os mortos.  Depois de o vídeo se espalhar pelas redes a partir da postagem original de um dos músicos que participava do show (foi no stories, que fica no ar apenas 24 horas, mas o pessoal baixou o vídeo sábado, dia da postagem) outras imagens de Neskau no Carnarildy, no Rio, e em Trancoso, na Bahia, também circularam.

    Bingen-Quitandinha

    A meta – não divulgada pelo governo do Estado – é iniciar a ligação Bingen-Quitandinha no domingo.  Será uma fase provisória, que vai durar 90 dias, de mão dupla no trecho da BR-040 entre os quilômetros 83 e 80. Para isso acontecer serão feitas intervenções na pista e, dando certo, obras definitivas.

    Mas e a empregabilidade?

    O que não falta agora é linha de crédito especial para os empresários que tiveram prejuízos com as chuvas, todas com mais prazo, menos juros e coisa e tal. Mas, quem já tinha uma linha de crédito anterior consegue dar conta de duas, por exemplo? E a empregabilidade? Não rola um benefício, tipo o auxílio emergencial dado pelo governo federal na pandemia, ao funcionário desse empresário como forma de salário para que os empregos sejam mantidos?

    Biblioteca

    Terceiro maior acervo de livros no estado, com 150 mil volumes, a biblioteca Gabriela Mistral, fundada em 1871, teve seu primeiro andar comprometido na enchente. A prefeitura ainda não estimou o que foi, no total, perdido.  Mas, o golpe vai ser duro.


    Dois acervos importantes para Petrópolis comprometidos pela enchente: biblioteca Gabriela Mistral e Cefet.

    4 amigos em nova data

    As apresentações do grupo 4 amigos, amanhã, na Granja Brasil, em Itaipava, foram adiadas. O grupo de solidarizou com a cidade e diz- acertadamente – que não há clima diante da tragédia. Mas prometeram nova data para shows em breve.

    Contato com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

    Últimas