O roto falando do esfarrapado

Temos conversado com vários amigos e, ao mesmo tempo vimos constatando que, em certas situações ou ainda em locais que freqüentamos, nos deparamos com pessoas conhecidas e até mesmo mais chegadas ao nosso convívio, contudo sem o traço da amizade, ocasiões em que percebemos que os assuntos tratados, via de regra, são vazios sem qualquer consistência.

Observamos, por outro lado, que ditas situações já ocorreram não só conosco, mas com amigos próximos em ambientes de trabalho e em tantos outros locais freqüentados. 

Recentemente, em razão da turbulência política que atravessa o país e até mesmo voltando no tempo, época em que o governo federal teve a percepção de que “a nau estava à deriva”, começamos a observar uma outra forma de comportamento das pessoas, agora relativamente a pronunciamentos de certos políticos, cada qual defendendo seus pontos de vista, através de debates acalorados e a propósito de temas diversos.

De um lado, alguns defendendo suas teses e a facção política abraçada; do outro, colegas também parlamentares, agindo da mesma forma quando então muitos hão de se perguntar: com quem está a razão?

E, lamentavelmente, vimos concluir que a sinceridade de propósitos por parte das pessoas já deixou de existir há muito, eis que ao procederem a comentários, no fundo, no fundo, não tendo as partes razões suficientes para trazer argumentos à colação, acabam por partir para desaforos e ofensas. E se  transformam em verdadeiras vestais, sem quaisquer defeitos, tanto  de um lado como do outro, ou sejam, ofensor e ofendido.

Todavia, meditando melhor e após percebermos já há algum tempo, que certos ambientes que abrigam a política na Capital Federal são por demais parecidos, concluímos que, em muitas das vezes quem ataca carrega não só sobre a cabeça mas na consciência os mesmos gravíssimos defeitos idênticos aos do atacado, o opositor, o que nos faz refletir que persiste, como grande verdade, o ditado que trata do “roto falando do esfarrapado”.