O que é isso, companheiro?
Votar em Picciani, para presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, não é só um ato que aparenta esquecimento do golpe e seus objetivos. Não é só negar uma posição ideológica coerente, justa e de esquerda. Mas também se faz como um gesto de falta de solidariedade com os servidores estaduais – roubados e violentados por Pezão, pelo PMDB e seus aliados. Além de ser um achincalhe com os milhares de fluminenses prejudicados e oprimidos pelo sucateamento dos equipamentos de saúde e educação, junto dos cortes em políticas sociais.
A bancada do PT na Alerj repete o desrespeito com a militância petista e com todos aqueles progressistas que lutaram pela democracia. Desrespeito esse também cometido por vários deputados federais, senadores e dirigentes nacionais do partido que votaram em golpistas, ou liberaram tais votos, por comodismo/acordismo nas eleições de mesa diretora no Congresso. E, ao ignorarem a luta, a resistência e fidelidade de quem não esqueceu o golpe, os atuais donos do Partido dos Trabalhadores (mandatários personalistas e dirigentes conciliadores), consolidam posições incompatíveis com o ideário e a prática de qualquer organização que pretende defender o povo trabalhador: afirmam posturas burocratas, carreiristas e pelegas.
Sem perspectiva de real mudança interna e institucional, o PT, não será o instrumento de combate aos atrasos do governo mentiroso de Temer. Muito menos será o espaço de reorganização das lutas e pautas dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. Também não será o partido que representará os movimentos social, sindical e popular.
Por fim, lembrem-se, caso o PT acabe, isto não se fará pela cassação de um registro eleitoral, pela prisão de Lula, por derrotas políticas ou outras agressões ilegais da direita vendida. Se hoje tememos o fim do PT, ele deve ser temido pela prática daqueles que destroem o PT por dentro, desvirtuando nossos princípios e ações – estes sim podem suprimir e derrotar a nossa força verdadeira: a militância