• O “profissional”

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  • 05/09/2017 12:45

    Quando necessitamos de uma pequena obra de reparos em nossa moradia, como emboços, pisos, pinturas, enfim um serviço para o qual não estamos capacitados, procuramos alguém ou por conhecimento próprio ou através da indicação de amigos. O nosso objetivo é contratar um especialista ou profissional, cuja capacidade de conhecimento e trabalho atendam à nossa necessidade.

    Quando nossos aparelhos eletrodomésticos entram em pane, igualmente corremos atrás de entendidos no assunto sob o mesmo processo de busca veiculado no primeiro parágrafo.

    Às vezes, sem perceber, entramos na fria do melhor preço, outras vezes, pela aparência do bem falante “profissional” e, desconhecedores do serviço, acreditamos na falácia do “especialista”, que encontra defeitos em cada peça examinada. E, por que não dizer, algumas que ele inventa na hora da vistoria, puxando um cabinho aqui, outro ali ou desencaixando uma roldanazinha… E, de repente, a nossa cara vira sucata tão igual ao aparelho com defeito.

    O pior vem em seguida: o “especialista” apresenta o orçamento cujo valor é irreal e absurdo e que ele chuta para o alto, criando cifras avassaladoras muito acima do real ganho de quem tem emprego fixo.

    Fique bem claro que não falamos dos bons e corretos profissionais, mas dos quebra-galhos, especialistas autonomeados, curiosos de coisa alguma e entendidos da coisa vaga mas que precisam sobreviver e aparecem em nossas casas como pedreiros, carpinteiros, estucadores, estofadores, telhadeiros, conservadores de piscinas, mecânicos, eletricistas, bombeiros hidráulicos e uma infinidade de titulações que eles próprios não definem.

    E nós ficamos à mercê desse jeitinho que mais compromete o mal feito do que o conserta.

    Algumas marchinhas para o carnaval antigo abordaram com graça e sutileza, poesia e inspiração, o brasileiro quebra-galho. Quem não se recorda do pedreiro Waldemar, que faz tanta casa e não tem casa pra morar? Ou do alfaiate do primeiro ano que pegava na tesoura, cortava errado e estragava o pano todo?

    Após tanta crítica, o nosso imenso respeito aos bons profissionais que têm trabalho, emprego, são especialistas verdadeiros e respeitados. E a maioria possui o que falta ao avulso curioso: o estudo profissionalizante oferecido por entidades de máximo respeito e competência. Ainda não conseguimos sair da cultura do jeitinho para abraçar a especialização como exige a sociedade atual. Tantos e tantos são talentosos, se esforçam, porém vivem fora da realidade e do tempo, na falha gritante dessa mal dita “pátria educadora”, triste slogan da triste incompetência de quem o criou e esfregou na cara da população.

    Apenas e infelizmente como exigir de nossa gente o que não é dada a ela por culpa do eleitorado que escolhe mal os políticos legisladores, executivos e, de tabela, muitos doutos da toga, indicados e apadrinhados pelas quadrilhas que infestam a política nacional.

    Na minha infância ouvia dizer que o exemplo vem de cima e alguns, até, exageradamente afirmando que o exemplo deve vir de cima porque é lá em cima que está o preparo e a melhor sabedoria.

    Posso dizer que ……. Ai, ai, ai, a luz pifou, o computador engasgou e enegreceu a tela… Sem energia e com led do celular aceso, preciso de um eletricista, que já está batendo à porta oferecendo serviço e com orçamento pronto…

    Psiu, que ninguém saiba mas foi ele que desconectou a energia lá no poste…

    Quem não se recorda de Charles Chaplin, no filme “O Garoto”, quebrando com bodoque as vidraças e se apresentando imediatamente para repor o vidro? Os assistentes todos riram da situação. Continuam rindo?

    Continuam rindo!

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