O povo alvissareiro
Que povo seria chamado de alvissareiro, que não fosse o brasileiro?
Que povo iria mostrar-se tão parceiro e acolhedor senão o patriota brasileiro?
Que cidadão se mostraria tão caridoso e fraterno se não o carioca, o paulista ou o capixaba altaneiro?
Quais criaturas chamaríamos de caridosas senão as que rezam à Padroeira dos Pobres e Desvalidos?
Que fonte de alegria seria chamada a compor o trem anual da fantasia senão o carnavalesco de pirataria?
Qual dos povos não se dilataria à proporção que a selvageria se destacasse no dia a dia, trazendo à chamativa fraterna a ordem e a confraria?
Quais almas não se constrangeriam quando no sofrer das avolumadas tempestades e selvageria da natureza em reconstrução, se lançam a coordenar a caritativa movimentação, em busca da alimentação e do agasalhamento?
Qual a busca a que se trazem quando, no calor da galhardia, as situações se delineiam e disputam a cadeira da cidadania seleta?
Qual o valor das conquistas sofridas e, ao mesmo tempo trazidas em instantes de alegria, quando na luta do dia a dia, a fome, a insegurança e a batalha da salutar vida se intercambiam com a voz das suaves melodias feitas nas horas calmas do dia?
Qual a flor da fantasiosa vida é regada nas verdadeiras fontes de alegria, mesmo que, na busca pela água pura do contentamento, o ardor e a fantasia encontrem secas as jarras de água viva!
Sim, quantas e quantas vidas, quantas emoções e situações se encontram na burguesia e nas tulherias dos vastos campos do casario empobrecido, das roupas estendidas, dos palcos dos bebericos e das covardias!
Quantas almas sofridas e em tentativas de esquecimento se desenvolvem nas terras de frescor e amor!
Quantas almas brotam no ardor das paixões de verão ou das ilusões!
Quantas almas se contorcem neste palco das transformações, a dispor dos instrumentos nobres e, também, dos enferrujados, muitas vezes, trocando-os e não sabendo manuseá-los por pura falta de vontade!
Irmãos, quanto falta ao solo brasileiro a obter o real selo de alvissareiro das mãos do Mestre Jardineiro, que nos rege com o Seu amor na aluvião de Sua misericórdia?
Quanto nos falta para trazer a estrela Dalva a brilhar dentro de nós, assinalando a luz que precisa dilatar-se na Pátria do Evangelho?
Quanto precisamos aceitar, compreender e perdoar, alicerçando sentimentos e prestando, com boa vontade, o serviço fraterno da caridade?
A Pátria Brasileira, o solo alvissareiro, as almas seresteiras, o povo nas vestes carnavalescas, as praias nas frescas manhãs a se verem penetradas pelas almas sedentas de natureza, todas as faixas representativas deste solo, desta porção universal, precisavam ser cultivadas e tratadas com mais amor e respeito. O sentimento pátrio é rotineiro palco de trabalho e discernimento na construção de um país moldado à esperança e à paz.
Brasileiros e brasileiras, amigos e amados, fontes superiores lhes perscrutam o trabalho rotineiro. Algemem as esperanças nos laços da amizade e das verdades e não permitam que as brocas ou epidemias destruam as tão lindas plantações trazidas do solo amigo português, transformando-as em áridas estações.
Cultivem o ar puro, a água purificada, o ar limpo e despoluído; cultivem as sementes lançadas e o bem que se vem interpenetrando através do trabalho das almas de boa vontade e sacrifícios.
Amem esta terra, porque a ela retornarão cada vez que sentirem a necessidade de renovação. Na obtenção pela paz e pelo amor buscaremos nossas origens. E, onde estarão?
Naturalmente, onde deixamos nosso coração e, senão, na Pátria de então?