• O poeta Emiliano Perneta

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  • 03/01/2020 11:22

    Emiliano Perneta, poeta simbolista paranaense, nasceu a 3 de janeiro de 1866, em Sítio dos Pinhais, e faleceu um Curitiba (1921). Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo (1889), quando já publicara o primeiro livro de poesia (Músicas, 1888). Transferiu-se para o Rio de Janeiro (1890), colaborando em diversos periódicos até 1893. Antes, em 1891, participara das manifestações iniciais do movimento simbolista, juntamente com B. Lopes, Oscar Rosas e Cruz e Sousa, convivendo especialmente com Gonzaga Duque. Em 1893, segue para Minas Gerais a convite do amigo João Pinheiro; promotor público em Caldas, passou a Juiz Municipal em Santo Antônio do Machado. Retorna por doença a Curitiba (1896), onde foi professor e auditor de guerra, no qual recebeu o posto de capitão (1901). Em 1911, saiu o seu segundo livro de poesia: Ilusão (Curitiba). Anteriormente, publicara alguns textos de prosa, principalmente o volume de contos O inimigo (1899). Voltou ao Rio de Janeiro somente em 1914, época do lançamento do poema dramático Pena de Talião.

    A poesia de Emiliano Perneta não sofreu evolução sensível. Desde Músicas, com alguns aspectos parnasianos, até os versos postumamente acolhidos nas Poesias completas (2 vols, 1945), podemos sentir a influência do movimento parnasiano. Entretanto, alguns temas prediletos como o Amor, a Mulher e a Natureza, são bem assinalados em sua obra, dando-lhe uma posição singular entre os simbolistas. Depois do livro de estréia, é constante uma espécie de paganismo dionisíaco, sem dúvida decorrente de seu temperamento e de uma imaginação bastante variada porém de expressão muito harmoniosa. Ressalte-se aí uma extravagância bem pessoal, e podemos explicá-la talvez pela conjunção de sua forte ascendência israelita com a africana (mais distante), Vemos em sua poesia uma irregularidade rítmica, contudo pitoresca, espontânea, mesclada a uma melodia ácida. Isto, segundo Nestor Vítor, faz com que alguns de seus mais antigos poemas (de 1888) sejam, de fato, precursores do nosso simbolismo. Emiliano Perneta, apesar de não alcançar a qualidade de “moderno” – como o português Mário de Sá Carneiro –, tornou-se o principal representante do simbolismo paranaense, e figura de primeira linha dos poetas simbolistas no plano brasileiro. Vale a pena uma leitura cuidadosa de seus versos.

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