• “O Pescador ambicioso e o Peixe encantado”, novo livro de Leonardo Boff, será lançado nesta sexta (13) no CAALL

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  • Por Aghata Paredes

    O Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAALL), que desde sua fundação divulga a vida e a mensagem de seu patrono, aprofundando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana, foi o local escolhido para o lançamento do livro “O Pescador ambicioso e o Peixe encantado” de Leonardo Boff. 

    Foto: Divulgação

    Leonardo Boff (1938) foi Professor de Teologia Sistemática no Instituto Franciscano de Petrópolis por mais de duas décadas e, posteriormente, de Ética, Filosofia da Religião e de Ecologia Filosófica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de ter sido professor visitante em diversas universidades estrangeiras. Agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, devido a sua luta em favor dos fracos, oprimidos e marginalizados, e com obras emblemáticas, a última lançada este ano, – Habitar a Terra: qual o caminho para a fraternidade universal – Boff agora promete outra obra inspiradora nos moldes de “A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana”.

    Questionado sobre que tipos de reflexões o seu novo livro possibilita ao leitor, Boff diz que aborda questões relacionadas à falta de justa medida e os excessos observados na sociedade, tudo a partir de contos e mitos. “Noto que nossa cultura é marcada pela falta de justa medida, pelo excesso em todos os campos. Esta falta da justa medida traz um mal-estar generalizado para a sociedade. A justa medida é o caminho do meio, nem ter em excesso nem ter tão pouco. É evitar o exagero, seja em relação à comida, bebida, acumulação de bens, ao tempo gasto no WhatsApp, na internet ou no computador. Cada pessoa deve saber o que lhe traz equilíbrio, serenidade e paz. Se não equilibrar todos os elementos que compõem a vida, se não cultivar a moderação e a justa medida, acabará infeliz e, eventualmente, doente.”

    Segundo ele, a justa medida é um dos valores centrais em todas as éticas da humanidade. “O lema dos gregos e dos romanos era: “nada em excesso”. Estava escrito no grande portal do templo em Delfos.”, comenta. 

    A ambição é frequentemente atribuída ao homem, que busca cada vez mais ter do que ser. Falta mais do que moderação, encantamento pela simplicidade, pelo outro, pela vida em si, pelo planeta. Pergunto ao Leonardo Boff se ele acha que um dia o homem será menos envolto pela ganância e mais encantado pelo que o cerca. 

    “Tudo tem seu limite. Vai chegar um tempo em que iremos ao encontro de um grande sofrimento. Esse tempo está relativamente próximo. O sofrimento é uma grande escola, pois nos obriga a mudar. Quando nos dermos conta de que poderemos desaparecer como espécie humana, aí teremos que aprender a nos contentar com o suficiente e o decente para todos. Vai imperar a moderação, a medida justa, que nos permitirá viver com um mínimo de qualidade de vida. Não somente nós, os seres humanos, mas também a natureza. Dependemos de sua saúde e de sua capacidade de sempre nos oferecer o que precisamos. Temos que decidir se vamos nos salvar, através da justa medida, ou se vamos continuar no ritmo atual, que nos levará para o abismo e para a morte. O melhor é seguir um conselho bíblico: escolha a vida para viver mais. Escolher a vida é cuidar dela, observando a justa medida que a faz leve, alegre e feliz.”, conclui. 

    Seu novo livro narra a história de um pobre pescador ambicioso, que nunca satisfeito pedia cada vez mais. Pediu ao peixe encantado que transformasse sua choupana numa bela casa. Depois, não satisfeito, num castelo. Em seguida, num reino. Queria que o peixe encantado o fizesse papa e, por fim, desejava ser o próprio Deus. A falta de moderação fez com que houvesse uma reviravolta em sua vida. Castigo? 

    O lançamento do livro “O Pescador ambicioso e o Peixe encantado” será nesta sexta (13), às 18h, no CAALL, Rua Mosela, nº 289. 

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