• O jararaca, sua cria e Frei Moser

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  • 14/03/2016 11:10

    As cenas de violência nas ruas do País, poucas horas após a intimação coercitiva de Lula pelo juiz Sergio Moro, mostraram em cores explícitas quem é quem.  De um lado, aqueles que carregavam a bandeira nacional; do outro, os portadores da bandeira do PT. Esta última é o retrato perfeito de quem se acha no direito de se apropriar do País em benefício próprio. Essa confusão fatal dá bem a medida de um partido que se acha o dono da verdade e das virtudes cívicas, com pretensões a ser o único representante dos interesses dos traba-lhadores. Nunca antes nesse país se retirou tanto com u’a mão o que alegam ter dado com a outra naqueles tempos tão favoráveis da primeira década deste século. Lula imaginou ser obra sua a herança bendita (e não maldita) de FHC e os preços nas nuvens, durante anos seguidos, das commodities no mercado internacional. Má-fé e desinformação.

    Saindo do lado colorido e indo para o preto e branco, para dar nitidez, cabe registrar que estamos longe do saudável embate entre forças políticas democráticas. Estamos diante de um pernicioso projeto político que atua como organização criminosa, segundo a constatação do Ministro Gilmar Mendes, do STF. Caso óbvio de cassação de registro do partido, providência que já deveria ter sido tomada face às evidências escancaradas na delação de Delcídio Amaral dentre outras anteriores tão graves, ou mais, do que a dele e as que virão.

    Entender o que houve requer sair em busca do ninho em que foi chocado o ovo da serpente. Para tanto, nada melhor que Lênin em seu livreto Que fazer? Lá, ele afirma, com todas as letras: “Usaremos o idiota útil na linha de frente. Incitaremos o ódio de classes. Destruiremos sua base moral, a família e a espiritualidade. Comerão as migalhas que cairão de nossas mesas. O Estado será Deus. A minoria organizada irá derrotar a maioria desorganizada todas as vezes”. Pelo jeito e pelas provas já arroladas, o PT e seus dirigentes seguiram à risca as ordens de Lênin. Como a coisa já havia dado errado na ex-URSS e na China, leram-no cientes do desastre mais à frente, e, ainda assim, seguiram seus ditames, o que revela incompetência e vocação para o fracasso.

    No final de sua fala raivosa, na sede do PT, Lula se autodefiniu: “Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca está viva como sempre esteve”. A jararaca é uma cobra venenosa e traiçoeira. Não reconhece nem mesmo seu tratador. Como metáfora do compor-tamento nada ético e político de Lula é perfeita. Ao abandonar os companheiros sem nunca assumir responsabilidade alguma, ele se revela um ser traiçoeiro. O lado venenoso foi aquele que inoculou nos que diz defender, os trabalhadores, hoje decepcionados, e que querem vê-lo pagar por seus crimes de comandante do maior assalto aos cofres públicos da história republicana deste País.

    Merece registro, nessa linha, a homilia dominical, de 06.03.2016, de Dom Darci José Nicioli, bispo auxiliar de Aparecida, em boa hora padroeira do Brasil, quando faz o seguinte chamamento: “Peço, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar na cabeça da serpente. De todas as víboras que insistem e persistem em nossas vidas. Especificamente, daqueles que se autodenominam jararacas.” É preciso dizer mais?

    Nesse momento tão difícil para o País, me vem à mente a figura de Frei Antonio Moser, dileto e querido amigo, agora na Casa do Pai. Certa feita, comentando meus artigos, dos quais era leitor habitual, me disse que expressavam aquilo que ele, nas funções que exercia, não podia dizer com todas as letras. Eu respondi que me sentia honrado com sua avaliação e que continuaria batendo na mesma tecla de defesa da ética e do interesse público. Tenho certeza, entretanto, que ele subscreveria cada palavra de Dom Darci e que estará conosco em espírito, no domingo, dia 13/03/2016, para pisar na cabeça da jararaca e de sua cria. Todos lá!               

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