• O escritor Álvaro Lins

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  • 07/12/2018 09:45

    O escritor pernambucano Álvaro Lins nasceu a 14 de dezembro de 1012, em Caruaru. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife (1935) e desde cedo passou a exercer o jornalismo, a crítica literária e o ensaio. Seu primeiro livro, História literária de Eça de Queiroz (1939) foi censurado pelos padres do Colégio Nóbrega, do Recife, onde Lins era professor, e o fez perder o emprego. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou a crítica literária, o que lhe rendeu fama nacional, sendo colaborador dos suplementos literários do Diário de Notícias e do Correio da Manhã. Com o passar dos anos, sua bibliografia pessoal aumentou bastante, com a publicação de Jornal da crítica (8 volumes entre os anos de 1941 e 1963), além de trabalhos de maior vulto, principalmente o monumental ensaio A Técnica do Romance em Marcel Proust (1956) e mais Discurso sobre Camões e Portugal (1956), Missão em Portugal (1960), etc. Devem ser de especial menção suas reuniões em volume de textos ampliados de crítica literária: A glória de César e o punhal de Brutus (1962), Os mortos de sobrecasaca (1963) e O relógio e o quadrante (1963), afora Literatura e vida  literária – diário e confissões (1963). Eleito para a Academia Brasileira de Letras (1955), fez belo trabalho no elogio do antecessor na cadeira 17: Edgar Roquette-Pinto. Foi embaixador do Brasil em Portugal (1956-1959). Em edição póstuma, foram publicadas as cartas de Mário de Andrade a Álvaro Lins (1983), com apresentação de Ivan Cavalcanti Proença e comentários de José César Borba e Marco Morel.                  

    Em 28-12-1963, respondi a um Questionário do escritor Armindo Pereira, do Correio da Manhã, que indagava “quais os três melhores livros de literatura publicados em 1963”.  Dentre os três, escolhi justo  Os mortos de sobrecasaca. Semanas depois, recebi um convite de Álvaro Lins para visitá-lo em sua residência. Surpreso, compareci e levei alguns livros seus para autógrafo. Conversamos longamente e ele me autografou o exemplar da primeira edição da História literária de Eça de Queiroz com uma dedicatória que transcrevo: “A Fernando Py – ah, 25 anos depois, sem ser um romance de Alexandre Dumas! – com a amizade e a admiração de Álvaro Lins / maio – 1964”. Nesse mesmo mês, enviei o poema “Crise” para publicação no suplemento literário do Diário de Notícias, dirigido por Lins. Devido ao título, que poderia se considerado subversivo, Lins sugeriu sua troca pela palavra “horizonte”, com o que concordei. Assim, o crítico se manteve sempre um amigo até sua morte em junho de 1970.  É importante ler e reler sua obra grandiosa.    

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