• O equívoco

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  • 16/05/2017 12:00

    Muitas das vezes, em situações variadas, nos equivocamos.

    O equívoco, pois, pode ocorrer, em variadas circunstâncias, com qualquer pessoa e se formos meditar a tal respeito, concluiremos que já nos equivocamos em decorrência de diversos acontecimentos dos quais fomos protagonistas, seja por força de atitudes que assumimos ou mesmo em negativas no sentido de apenas acatar o óbvio, por teimosia ou mera vaidade.

    Entretanto, pretendo, nestas linhas, relacioná-lo a uma passagem pitoresca, quiçá jocosa, que muito já ouvimos, especialmente por parte daqueles que contam com cabelos brancos ou “azulados”.

    Eis que pude concluir, entretanto, entre os mais jovens, que ainda não quedaram com os cabelos embranquecidos, que o conteúdo da mesma, a seguir descrito, objeto de produção de lavra do poeta Guedes Vaz, é absolutamente desconhecido. 

    E o faço por haver percebido, de há muito, que um largo sorriso faz bem à saúde, tanto dos mais velhos, como dos jovens e, por isso mesmo passo a transcrever:

    “O equívoco

    (adaptação de uma anedota)


    Em Niterói, Manoel, Maria Inês, / a sua esposa, feriu-se…. e não escapa…

    disse um gaiato, aflito, certa vez, / ao lusitano condutor do “Lapa”.

    Ante a má nova, turba-lhe a razão, / foge-lhe a boa norma da etiqueta, / e, em busca da primeira embarcação, / transpôs, da Cantareira, a borboleta.


    E, quando a barca percorrido havia, / grande parte das águas da baía,

    murmurou, refletindo, o nosso herói: / Há nisso um grande equívoco, talvez… / não me chamo Manoel, sou português, / e, nem tampouco, eu moro em Niterói”.

    Numa roda de amigos, de posse do livro Travos, trevos e trovas, obra publicada pelo poeta, fiz ler “A anedota”, que acabou por ser motivo de boas risadas por parte de todos.

    Logo após nos despedirmos, cobertos de abraços, sem que em qualquer momento, por incrível que pareça, houvéssemos trocado idéias acerca do assunto política, entretanto, um dos queridos amigos, em tempo, já que o momento era oportuno, aproveitou para relembrar, mais uma vez o poeta, fazendo puxar pela memória:

    “Esperto, vivo, matreiro, / que subiu em disparada, / em vida não foi doceiro, / mas fez muita marmelada.”

    Aí, sim, cada um de nós seguiu o seu caminho.

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