• O encontro com Jesus

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  • 21/12/2019 08:00

    Em Lucas, 9, 43b-45, todos estavam admirados com o que Jesus fazia. O Senhor aproveita e diz: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Os discípulos não compreendiam estas palavras e tinham medo de fazer perguntas. Jesus na Palestina, Ele o Filho de Deus, feito homem, viveu a vida humana em Nazaré com Maria e José, trabalhando como carpinteiro com seu pai adotivo, José. Nada de extraordinário!

    Mas quando começou a andar pelas estradas da Palestina, subindo montanhas, andando de barco com Pedro, orando nas sinagogas, participando das cerimônias no Templo de Jerusalém, além de sua palavra sobre Deus, a vida, curava muitas pessoas de doenças.

    Causava grande admiração nas pessoas pois ia ao encontro de todos sem exceção, desde os pecadores aos leprosos relegados pela sociedade. Era uma passagem triunfal. Mas quando de vez em quando falava sobre os sofrimentos que haveria de ter, nem os apóstolos entendiam ou nem queriam saber. Como? Não é possível que isso aconteça com tão grande profeta que com poder cura tanta gente e só faz o bem às pessoas.

    A vida de certas pessoas que se preocupam com os outros, que são como irmãos de todos em todos os momentos, também está cheia de realizações boas e de contradições. Aqui enquanto estamos na terra, lutando por um lugar ao sol, realizando o melhor de nós pelo bem dos outros, nem sempre somos aplaudidos.

    E devemos ser as mesmas pessoas, tranquilas, responsáveis, alegres pelo que fazemos e sofremos. Os aplausos das pessoas na terra às vezes são seguidos de zombaria. Cristo num domingo entrou triunfalmente em Jerusalém sendo aplaudido pela multidão como rei. Na 6ª, feira seguinte morreu crucificado. O que somos e queremos ser não deve ser mudado ao sabor dos aplausos ou da zombaria. Deus justo é quem nos acolhe sempre e bem.

    No livro do Eclesiastes, 11,9-12.8, o autor elogia o tempo da juventude e tudo de bom que esta idade concede ao ser humano. Mas em todas as idades o ser humano descobre novas coisas e ao mesmo tempo vai entendendo o que tem lugar na terra. E em tudo vai seguindo seus caminhos. Antes que o ser humano volte ao pó da terra de onde veio e o sopro da vida volte a Deus, que o concedeu. Tudo passa.

    Ainda o tempo. É marca muito clara de nossa fragilidade: dependemos do tempo. Principalmente no que diz respeito ao funcionamento de nosso organismo iluminado por nosso espírito.

    A experiência da e na vida humana que acontece nos dias, nas noites, nas semanas, meses e anos, apresenta claramente que não somos como Deus. Para Deus tudo é presente, pois Ele é eterno, não tem princípio  nem fim. Temos muita dificuldade de entender isso. Nós somos numa parte mortais, em outra imortais. Uma vez na vida como seres também espirituais, viveremos para sempre. Mas sempre na terra ligados ao tempo. Após a morte, vinculados à eternidade.

    Nossa condição de seres espirituais sempre esbarra na situação de fragilidade que nos liga ao tempo Não somos do tempo. Vivemos no tempo. Podemos organizar o tempo até certo ponto. Mas ele não nos pertence, não temos domínio completo dele. 

    É quase o jogo da vida: fomos feitos para viver para sempre, mas em nossa vida na terra temos de caminhar na estrada do antes, do durante e do tempo do depois. Isto nos incomoda muito. Seria como ter à mão uma máquina altamente sofisticada e não saber usá-la… Podemos por nós e mais ainda com a luz de Deus, entender   essas nossas limitações aqui na terra e procurar humildemente caminhar na estrada que nos levará certamente à eternidade.

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