• O direito das estudantes

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  • 21/03/2018 12:50

    O fato se repete no protesto das alunas do Colégio Santo Inácio. Em fevereiro de 2016, surgiu um embate num colégio de Porto Alegre, entre alunas e diretoria, sobre a exigência e o direito das jovens vestirem shorts sumários – inconveniente na avaliação do colégio. Não foi nem é um assunto secundário, mas de suma e grave importância, quando se trata de preservar a segurança de jovens inexperientes da vida, quando deveria ser resolvido, não pela diretoria, mas pelos pais na orientação das filhas. No presente caso, a declaração de uma mãe é de estarrecer – de que deveriam ensinar os alunos o respeito às colegas – se o pior é lá fora.

    Diante da maciça campanha contra o assédio sexual às mulheres – apesar da tese de que todas têm o direito de se vestirem como quiserem (o que é fato), mas como tudo na vida deve existir parâmetros para análise de cada direito, podemos fazê-lo com o direito de sair de uma agência bancária com os valores retirados na mão, correndo o risco de ser assaltado mas sem direito de reclamar do risco exposto.

    Assim, tais jovens ignoram o psicopata que poderá se sentar a seu lado numa condução e as consequências trágicas que poderão advir. E, por tal risco, a administração do Metrô no Rio criou o vagão exclusivamente feminino, diante de tantos abusos que ocorriam em seu interior. 

    Se hoje enfrenta-se, de um lado, a violência desenfreada com a segurança capenga,  carente de leis rígidas punitivas, sempre complacentes, por outro lado, os pais se julgam no direito de dar total liberdade às filhas – como reagiu a mãe acima, ao defender a filha. Infelizmente, a mídia se omite no noticiário para tal alerta e precaução, apesar de tantos fatos violentos, ficando o povo na ilusão de que nada lhe acontecerá – e quando ocorrem, já é tarde para corrigir, deixando a vítima com trauma inesquecível – se conseguir sobreviver da violência.

    O importante é que as famílias precisam despertar da apatia neste sentido, conscientizando-se do perigo que ronda a vida de cada uma. Naquela época, observei um detalhe, na TV, que poucos devem ter percebido – a exibição, no nordeste, de um filme bíblico para jovens estudantes de outra cidade onde não possuía sala de projeção. No alarido e alegria das crianças, notei que as meninas muito bonitinhas e arrumadas, estavam com os lábios muito bem pintados, que só poderia ter sido feito por adultos – as que apareceram não poderiam ter mais de treze anos – uma precocidade inaceitável, ainda mais, partindo de organizadores que se propunham a transmitir, às crianças, princípios bíblicos. Não se trata de terrorismo emocional, mas uma observação, se a grande realidade é que vivemos num mundo cão, onde tudo se espera de qualquer um, de qualquer nível social. Os fatos aí estão para quem quiser ver, imaginar e assumir as consequências. jrobertogullino@gmail.com 


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