O cenário do caos: lixo boiando na chuva, falta d’água e sem ônibus

Os 58,4 mm de chuva (registrados no Vila Felipe, no Alto da Serra, maior acumulado) decorrentes do temporal da madrugada de ontem provocaram o que já era esperado: lixo boiando nas ruas, indo parar dentro do rio e entupindo os bueiros. Some-se a isso os bolsões de água na Estrada da Saudade, a falta de água em várias localidades por causa de obstrução de rede devido ao temporal, e lama em muitas vias. Todo ano a gente tem este “teste” das chuvas em novembro, já antecipando o que ocorre no verão. E a gente nunca passa nesta prova.

Agravante

A crise do lixo, para piorar, só precisava mesmo de uma chuva mais forte, como a de ontem. O que não foi parar dentro do rio e dos bueiros continua nas ruas, agora molhado, criando mais chorume. O que a prefeitura ainda não entendeu é que as ações precisam andar juntas: limpeza e prevenção. Vejam que basta não ter coleta de lixo adequada para o caos se instalar.

Coincidência

Talvez por causa da chuva, a prefeitura “correu” e colocou no ar ontem o Diário Oficial do dia 14 de novembro. A publicação traz a convocação da 3ª Conferência Municipal de Proteção e Defesa Civil, que acontecerá nos dias 27 e 28, no Instituto Teológico Franciscano. Uma das metas é “promover a conscientização, discussão e capacitação da comunidade e dos gestores públicos sobre as estratégias e ações necessárias para a redução de riscos e desastres no município de Petrópolis”. Tá precisando mesmo conscientizar os gestores públicos.

Inércia

A prefeitura, acionada pela imprensa por conta da crise no lixo, simplesmente ignora o fato. Não se pronuncia sobre o que levou a isso (que deve ser falta de pagamento) e, principalmente, o que está fazendo para reverter a situação e em que prazo vai solucionar. Era o caso de instalar um gabinete de crise e já chamar a próxima gestão para ajudar a solucionar.

Contagem I

Petrópolis está há 1 ano e 192 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contagem II

Faltam 40 dias para Petrópolis virar a página.

Escala 1 x 10

Vereadores emendaram um feriadão da-que-les! Fizeram sessão na quinta passada e de forma online. Sexta foi feriado, emendaram segunda e terça desta semana, quarta foi feriado de novo e ontem cancelaram a sessão, só retornando na próxima terça. O trabalhador que faz escala 6 x 1, tema que a maioria dos vereadores recusou assinar uma moção em apoio pelo fim dessa jornada, ficou super feliz de ver que nossos legisladores estão à frente de seu tempo e usando a prerrogativa do cargo para fazer escala 1 x 10.

Desalojados, tadinhos

A desculpa para não ter sessão é que o plenário está em reforma, assim como a salinha de reuniões que eles estavam usando para essa finalidade. Mas o vereador não reeleito Marcelo Lessa gravou vídeo para as redes sociais mostrando o plenário apto para a reunião… E vamos combinar: além do Palácio Amarelo, que é a sede, o Legislativo tem um casarão alugado na Barão do Amazonas e, em nenhum dos imóveis, consegue se reunir? Não tem um salão de festas de igreja que pudesse recebê-los para que eles não faltassem ao trabalho? Não rolava fazer na sala VIP, aquela atrás do plenário, onde eles já lancham?

Não cola

A folga – ah, mas eles vão falar que estão nas comunidades – acontece num complicado final de gestão municipal, com falência orçamentária, falta de dinheiro para o salário do servidor e montanhas de lixo nas ruas. Não era o caso de estarem em um plantão de 24 horas em um gabinete de crise tentando buscar soluções?

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br