• O Caminho da Resiliência

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  • 28/ago 08:00
    Por Gil Kempers

    O uso da Telemedicina no apoio a situações de desastres

    Cada vez mais integrado à realidade de nosso país, o tema dos desastres também tem sua evolução no campo tecnológico, onde as ações devem buscar novos caminhos para melhor proteger a população.

    Nesta linha, a medicina vem avançando bastante em prol de melhor atender a população e acessar mais pessoas que necessitem de atendimento. Um expoente nesta área é o uso da telemedicina para atendimento de vítimas em condições de desastres.

    Para melhor entender esse processo, busquei uma das maiores referências no assunto, a Dra. Simone Farah, Cap BM, médica cardiologista e mestre em Telemedicina e Telessaúde e o Dr. Rogério Casemiro, Cel Médico RR do CBMERJ, Anestesista, Intensivista, mestre em saúde pública e Presidente do Colégio Brasileiro de Medicina de Desastre e Catástrofe (CBMDC).

    A telemedicina é o exercício da medicina mediado por tecnologias digitais para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, além da promoção da saúde. Ela contempla várias modalidades, como teleconsulta, telediagnóstico, telemonitoramento, teleinterconsulta, entre outras.

    Neste bate papo foi possível identificar inúmeros avanços para o apoio a situações criticas e emergenciais envolvendo múltiplas vítimas em que o tempo-resposta para o primeiro atendimento é crucial para que mais vidas sejam salvas. Neste contexto, a telemedicina tem se mostrado uma excelente estratégia, principalmente pelo potencial de oferecer suporte técnico rápido e eficiente aos cuidados médicos, em cenários onde a infraestrutura tradicional de saúde pode estar comprometida. Durante desastres naturais, como enchentes, deslizamentos, terremotos e furacões, bem como em crises humanitárias, a telemedicina permite o atendimento médico rápido e emergencial, conectando profissionais de saúde, cujo objetivo é traçar a melhor linha de cuidado, não só no terreno, como também orientar na triagem e evacuação, ou seja, colocando o paciente no lugar certo.

    Podemos destacar aqui então algumas formas pelas quais a telemedicina apoia em situações de desastres. Desta maneira, podemos pensar em várias soluções úteis, e vamos listar algumas delas.

    O acesso Imediato a Especialistas. Assim, os médicos especialistas podem ser consultados rapidamente, independentemente de sua localização geográfica. Isso é particularmente útil em áreas onde especialistas locais não estão disponíveis ou onde o transporte até uma instalação médica é impraticável devido ao desastre.

    Podemos também descrever a triagem Remota. A telemedicina permite que profissionais de saúde realizem triagens à distância, identificando rapidamente os casos mais graves que precisam de atenção imediata. Isso ajuda a otimizar os recursos médicos limitados disponíveis no local do desastre, como também estabelece corredores de evacuação de acordo com a gravidade e necessidade de cada paciente.

    Outro aspecto interessante é a Coleta e Gestão de Dados. As plataformas de telemedicina podem ser usadas para coletar e centralizar dados de saúde em tempo real, permitindo que equipes médicas monitorem surtos de doenças, acompanhem o estado de saúde das vítimas e coordenem os esforços de resposta de forma mais eficaz, como permite também monitorar o paciente até o seu destino final sem perda, ou seja, todos os pacientes são identificados e direcionados.

    Nesta mesma linha, o Apoio Psicológico. Além do atendimento físico, a telemedicina também oferece suporte psicológico às vítimas de desastres, conectando-as a terapeutas e conselheiros que podem ajudar a mitigar o impacto emocional de situações traumáticas.

    Também muito relevante, a Educação e Treinamento: Em situações de desastre, a telemedicina pode ser utilizada para treinar rapidamente os profissionais de saúde locais, fornecendo-lhes as informações necessárias para lidar com condições específicas que possam surgir.

    E outro aspecto, seria a Continuidade do Cuidado. Mesmo após a fase crítica do desastre, a telemedicina assegura a continuidade do cuidado, permitindo o acompanhamento de pacientes que necessitam de tratamento contínuo, especialmente em áreas onde os serviços de saúde ainda não foram completamente restaurados.

    Em resumo, a telemedicina não apenas amplia o alcance dos serviços médicos durante desastres, mas também aumenta a eficiência da resposta, salva vidas e melhora a coordenação geral dos esforços de socorro.

    É inegável que esses avanços podem facilitar a gestão logística do atendimento em condições de desastres através da telemedicina, pois a organização da resposta para o envio de recursos torna-se otimizado e ajustado às necessidades do local, não só de recursos materiais, como também recursos humanos necessários.

    A medicina de desastre e catástrofe tem um dos seus alicerces, a comunicação. Tão logo a primeira equipe de resposta médica chegue à cena, ela será responsável por mapear e identificar local seguro para triagem, atendimento e evacuação. Após estas ações, será necessário requerer apoio logístico e de pessoal, de acordo com a magnitude e tempo de evolução. Ao lançar da telemedicina, haverá contato direto com equipe de especialista com expertise para oferecer o melhor plano de cuidado diante do cenário.

    Por fim, podemos considerar que o uso da tecnologia, agregada ao conhecimento científico, podem efetivamente salvar vidas, principalmente em condições de desastres, que de maneira direta, requer especialistas e um trabalho bem articulado e eficiente, principalmente fazendo uso das novas tecnologias em prol da vida.

    Seguimos firmes!

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