• O apreendido

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  • 22/05/2018 12:20

    Sem surpresa alguma, diante do surrealismo que embala a nação brasileira, dissaborida da evolução contemporânea quanto ao desenvolvimento político-social, leio na imprensa local que foi apreendido um menor (ou “dimenó?) em plena atividade de chefe do tráfico de entorpecentes no bairro Independência.

    O “pobrezinho” foi apreendido e não preso e jogado na cadeia que é o lugar devido a ele como criminoso que é. Ele não atingiu ainda os 18 anos, está na beirada com 17 e, por isto, moldado em fina louça protegida pelos ditames dos direitos constitucionais vigentes em nosso sofrido país.

    Surrealismo puro, um menor comandante do pior crime contemporâneo, ser recolhido por apreensão, escapando da punição comum para todos os delinquentes.

    O tráfico de drogas é o crime mais hediondo de quantos estão listados na legislação penal, porque é dele que promana a criminalidade que anda solta por ai, sob uma legislação protecionista absurda e o afago generoso nos criminosos permitindo a eles as saidinhas temporárias, os indultos absurdos, os regimes que muitos cumprem em casa do papai e da mamãe e nos quarteis-generais postados nos becos, de onde assaltam e matam pelas ruas, sob a proteção dos defensores dos direitos humanos, os quais, mais dia menos dia, estarão com canos de fuzís apertando suas bochechas e tendo as cabeças arrebentadas por estarem com celulares descarregados e não portarem trocados para a saidinha rápida à padaria ou ao açougue.

    O caos vigente, do jeito que o diabo gosta, atende a quê ou a quem precisamente? Sabido é que por cima de tudo estão moradores de largas e luxuosas coberturas, depositários de fortunas em paraísos fiscais, proprietários de mansões e ilhas dentro e fora do país, todos rindo e gozando dos usuários que viciaram, aumentando-lhes a miséria financeira e moral e levando-os ao crime, à morte violenta e, para a maioria, o uso da liberdade plena para o exercício de infames crimes.

    Sem nunca esquecermos os maus políticos, agentes dos “propinodutos”, melífluos indivíduos de péssimo comportamento moral, embonecados em suas fortalezas de cinismo, para os quais, certamente, tudo está bem já que o dinheiro sujo compra os votos necessários para que continuem as sinecuras que mascaram o desprovido senso de moral que a maioria deles carrega em suas vis carreiras.

    E, em sua maioria, tais politiqueiros não lutam pelo ensino, pela educação, pela moradia decente, pelo amparo social justo e necessário, senão em anos eleitorais, em evidente prova de mau-caratismo.

    Porque é a eles que o crime ampara e dane-se o povo, no dizer de alguns, manada que debanda no susto do estampido e acaba na baia do corte, enquanto o dono do rebanho está na piscina com seu copinho de uisque, enlaçado por meninas sobre as quais ninguém pergunta as idades.

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