
A forma como uma pessoa se alimenta dita muito sobre a saúde dela. A Nutrição Funcional propõe um olhar diferente sobre a alimentação. Mais do que contar calorias ou seguir dietas da moda, trata-se de enxergar os alimentos como ferramentas terapêuticas capazes de modular processos inflamatórios, hormonais e metabólicos, atuando diretamente na prevenção e no tratamento de doenças. Baseado em evidências científicas, integra conhecimentos da bioquímica, da genética e da clínica para promover o equilíbrio do organismo de forma individualizada.
“Esta abordagem parte do princípio de que cada corpo é único e responde de maneira diferente aos estímulos alimentares, emocionais e ambientais. Mais do que restringir ou recomendar alimentos de forma genérica, o nutricionista funcional investiga sintomas, hábitos e sinais sutis para identificar os desequilíbrios por trás de condições como fadiga crônica, distúrbios intestinais, enxaquecas, ansiedade, resistência à insulina, diabetes e hipertensão, entre outros quadros que comprometem a qualidade de vida”, explica a nutricionista Juliana da Rocha Moreira, coordenadora da pós-graduação em Nutrição Funcional da Estácio Petrópolis, dizendo ainda que além desse olhar individualizado, o plano alimentar é construído com base em escolhas estratégicas, ou seja, com alimentos que, além de nutritivos, contenham substâncias bioativas com potencial terapêutico. Compostos como a curcumina (cúrcuma), o sulforafano (brócolis) e os polifenóis (frutas vermelhas e diversos chás) são utilizados de forma intencional para modular processos inflamatórios, oxidativos e metabólicos.
“É uma abordagem que busca causas e não apenas controla consequências. O plano alimentar é construído como parte de um tratamento personalizado e integrativo”, esclarece Juliana.
A boa notícia é que adotar hábitos alimentares funcionais não exige receitas complicadas, ingredientes caros ou rotina rígida. Segundo a especialista, pelo contrário: “a Nutrição Funcional valoriza o que é acessível, culturalmente viável e aplicável à realidade das pessoas. Entre uma explicação técnica e outra, muitos profissionais gostam de incluir no plano alimentar receitas simples, como o bom e velho “bolo de caneca”, só que funcional. O lanche rápido pode carregar princípios da Nutrição Funcional, desde que escolhido com propósito”.
Segue um exemplo prático que une sabor, praticidade e benefícios:
Bolo de Caneca Funcional
Ingredientes:
· 1 banana madura amassada
· 1 ovo
· 1 colher (sopa) de farinha de aveia ou de amêndoas
· 1 colher (chá) de cacau 100%
· 1 colher (chá) de óleo de coco (ou azeite)
· 1 pitada de canela
· 1/2 colher (chá) de fermento químico
Modo de preparo:
Misture tudo numa caneca grande. Leve ao micro-ondas por 1 minuto e 30 segundos. “Este bolo, além de fácil, combina ingredientes com ação antioxidante, efeito prebiótico e potencial regulador do humor”, revela a nutricionista, informando ainda que embora a aplicação da Nutrição Funcional seja simples e acessível, é o conhecimento técnico e especializado do especialista que faz toda a diferença. Mesmo alimentos saudáveis, quando consumidos sem a orientação adequada, podem não atender às necessidades daquele indivíduo ou até gerar desequilíbrios, dependendo de condições metabólicas específicas.
“Por exemplo, o cansaço persistente, o intestino desregulado ou a compulsão alimentar são sintomas que muitas vezes estão ligados a carências nutricionais ou desequilíbrios que só um profissional qualificado consegue identificar. O nutricionista funcional, com seu olhar holístico, não apenas prescreve um plano alimentar, mas também educa o paciente, orientando-o sobre como a alimentação pode ser usada para restaurar a saúde de forma sustentável”.
Pós em Nutrição Clínica e Funcional
Com foco em formar nutricionistas preparados para atuar de forma integrada e baseada em ciência, a Estácio Petrópolis está com inscrições abertas para a nova turma da pós-graduação em Nutrição Clínica e Funcional, com início previsto para o mês de maio. O curso é voltado a profissionais que desejam aprofundar seu repertório clínico e se destacar no mercado contando com o conhecimento de professores com atuação reconhecida e prática na área; aulas teóricas e práticas, presenciais, com foco em aplicação clínica; discussão de casos reais e atualizações constantes com base em evidências científicas; e ênfase em estratégias nutricionais funcionais, voltadas para a individualidade e resultados concretos.
“Importante ressaltar que a Nutrição Funcional é, acima de tudo, um convite para repensar a forma como nos alimentamos, cuidamos e vivemos. Com o acompanhamento certo, ela pode ser o início de uma verdadeira transformação — no prato e na vida”, conclui Juliana da Rocha Moreira.
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