
Novos prédios e divisão formal de bairros podem criar polos regionais de desenvolvimento
Ontem você leu aqui que a iniciativa privada está construindo neste momento cerca de mil unidades habitacionais em pelo menos sete grandes empreendimentos. No meio disso tudo, a Prefeitura começa a discutir mais a sério a divisão oficial da cidade em bairros, o chamado abairramento formal. Hoje, não existe essa divisão: tudo é feito de acordo com usos e costumes, nomes das ruas principais que viram referências e até linhas de ônibus. A formalização não é só “técnica”: ela garante maior organização administrativa e direcionamento efetivo das políticas públicas, possibilitando melhor direcionamento de recursos (inclusive emendas) por áreas e melhor avaliação de indicadores sociais e de prestação de serviço. E onde os novos empreendimentos entram nisso? A soma dos dois fatores pode redesenhar muita coisa, criando novos centros comerciais e de desenvolvimento. Quer um exemplo? A região do Samambaia. Antes, o bairro era só uma passagem espremida entre Corrêas e Cascatinha. Em 15 anos, veio uma nova rua, a Transcarneiriana, quatro novos empreendimentos imobiliários (três entregues e um em construção) e, com eles, o maior mercado de toda a cidade (às costas dos prédios, no Roseiral), um novo mercado, de porte menor, na mesma região e um galpão daquele estilo “aquário”, que costuma abrigar várias lojas, ali onde funcionou a antiga garagem da Viação Cascatinha.
Corrêas é o melhor e o pior exemplo: planejamento precisa prever ocupação
O que está acontecendo no Samambaia é o mesmo processo consolidado em Corrêas. O bairro sempre manteve um polo comercial no entorno da praça, mas nunca foi muito além disso até a explosão de novos prédios iniciada nos anos 2010. Grandes terrenos no corredor da União e Indústria foram loteados para as construtoras. Houve uma grande migração para a área que se fortaleceu após a tragédia de 2022, que, segundo muitos corretores imobiliários, deram aos clientes uma maior sensação de segurança em relação ao primeiro distrito. Mas se hoje Corrêas é um bairro pulsante, os problemas também acompanharam: o engarrafamento se tornou uma rotina e a única saída, paliativa, foi dada agora, no início do ano, sem contrapartida maior. Por outro lado, se os prédios são mais seguros para as famílias, os alagamentos e enchentes em Corrêas a Nogueira também pioraram, evidenciando a necessidade de ações mais efetivas, e não só a necessária – mas de rotina e muitas vezes emergencial – dragagem dos rios. Com o abairramento formal, vai ser possível direcionar melhor esse crescimento e analisar a cidade como um todo, e não apenas de forma pontual.

Cortesia com chapéu alheio
A vereadora Lívia Miranda bateu duro na Prefeitura nas redes sociais e no plenário da Câmara por uma suposta “omissão” no caso do vandalismo ao grafite em homenagem à Marielle Franco, na Praça da Liberdade e até tirou foto com o artista Airá Ocrespo, que foi o autor da obra e restaurou o desenho. A vontade de tirar casquinha foi tanta que ela esqueceu de citar que a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, custeou toda a restauração, inclusive trazendo o artista, que não é de Petrópolis, para o município.
A grama do vizinho
Partisans que estavam tentando descansar após uma exaustiva jornada de trabalho acabaram vendo no intervalo da novela uma propaganda sobre o transporte público em Nova Friburgo destacando o uso de vans em diversos bairros… Com preços mais baratos que o ônibus comum. Ah, quando o pessoal do Neylor souber disso…
Fla-Flu
No dia em que o processo questionando a constitucionalidade da lei que limita o uso de banheiros para pessoas trans chegou ao Tribunal de Justiça, teve novo embate ideológico na Câmara. Foi com relação ao projeto de lei da vereadora Lívia Miranda garantindo atendimento psicológico para familiares de presos, vetado pela Prefeitura e mantido pela Câmara, ao final, por vício de iniciativa. Octávio Sampaio mais uma vez usou seu “lugar de fala” para fazer a especialidade da casa: implicar e provocar a bancada de esquerda na Câmara. E ainda tirando onda de sua atuação social…
Poliglota
“Se ele entrar nisso, ele vai se f**** mais ainda. Vai se f**** mais ainda. Ele vai ver a m**** que ele vai fazer”. Quem disse foi Júnior Paixão para Aloísio Barbosa, que puxou assunto dizendo que “ele está doidinho” durante a sessão da Câmara. A gente não sabe quem é “ele”, mas recomenda que os dois vereadores contem a fofoca completa para que a gente possa contar aqui, muito cá entre nós. Ajuda a gente aí! Ah… E quem avisa amigo é: se for pra usar esse palavreado tão rebuscado, pelo menos desliguem o microfone. Assim as senhorinhas que passam a tarde se divertindo com a TV Câmara podem ficar escandalizadas…
Memória ativa
E não é que os Partisans estão com a memória em dia? Foi só os boca de balde mandarem pra gente a lembrança de que Guilherme Moreira, agora secretário de Habitação, foi acusado de ser funcionário fantasma pelo vereador Léo França, em 2022, que nos lembraram de que o nome dele foi citado na denúncia de tentativa de extorsão feita pelo ex-presidente da Comdep no governo Bomtempo. A denúncia de Léo, que havia assumido o cargo de forma interina na legislatura passada, foi justamente nesse momento de estresse. A coisa acalmou quando começaram as tratativas e os diálogos para a eleição da mesa diretora da Câmara, que até criou desafetos mas refez laços entre antigos arqui-inimigos, tudo junto e misturado.
Alta quilometragem
A falta de uma definição formal dos bairros de Petrópolis faz falta mesmo. Olha só o caso do Comutran, que empossou os novos conselheiros ontem. Segundo as más línguas, a Associação de Moradores da Rua Amazonas elegeu um titular que mora no Dr. Thouzet – só o suplente morava na região de origem. A Associação do Contorno elegeu um titular que morava na região. Até aí tudo bem. Mas o suplente… bem, o suplente, segundo consta, vive no Morin, só a uns 10 quilômetros de distância.

Contagem
Estamos há 2 anos, 4 meses e 3 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.