• Novo empreendimento em Itaipava causa polêmica entre empresários e representantes locais

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  • 21/10/2022 19:45
    Por Enzo Gabriel

    A abertura de um novo empreendimento em Itaipava está gerando polêmica entre entidades e empresários locais. O lugar, intitulado “Espaço Itaipava Mix”, fica em frente ao destacamento do 15º GBM e promete ser um novo espaço para microempreendedores que desejam comercializar na região. No entanto, um grupo de pessoas questiona o negócio, alegando falta de planejamento para a abertura e questionando a localização, por conta do impacto que poderia gerar no trânsito, além de outros fatores.

    O projeto promete espaços para comerciantes terem uma oportunidade no distrito e é baseado no conceito de lojas colaborativas, em que espaços são alugados por metros quadrados. A princípio, as lojas que devem estar no local são de roupas, porcelanas, artesanatos, brinquedos e calçados.

    O grupo que tem ressalvas à abertura do empreendimento alega que algumas exigências não foram cumpridas e que a falta de critérios na elaboração e autorização do projeto podem ser prejudiciais à região. Rogério Elmor, consultor hoteleiro e conselheiro do Petrópolis Convention Bureau, comenta sobre algumas questões que o fazem questionar o empreendimento:

    “Não sou contra o empreendimento. O problema é que não temos um plano diretor dos distritos e não existe um zoneamento em prática. Além de não ter um critério de seleção do que poder ser construído na região e o que não pode, faltou agilidade no processo. Na minha visão, o impacto no trânsito será grande em uma região que já tem um trânsito caótico. São vários boxes que irão aglomerar uma grande quantidade de pessoas e, como não há pista de aceleração e desaceleração, criará um tumulto enorme, sendo que aquele trecho da via já está com redução para uma pista, por conta das alterações deixadas pela recuperação da União e Indústria.”

    Carlos Eduardo Pereira, presidente da NovAmosanta, falou sobre o papel da entidade na discussão: “Nosso comprometimento é com o desenvolvimento sustentável de Itaipava, que ele seja respeitando a legislação, o meio ambiente, não prejudicando a mobilidade e dialogando com a prefeitura para que autorizações não sejam concedidas sem o devido estudo.”

    “Além do trânsito, que tem diversos pontos questionáveis, existem outras exigências que consideramos importantes. No empreendimento, que foi construído um pouco antes, respeitaram o recuo da calçada. Esta nova ‘feirinha’ não respeita o afastamento. O fato de ficar ao lado de um posto de combustíveis demandaria uma inspeção cuidadosa do Corpo de Bombeiros, mas não sabemos se isso foi feito. O baixo número de vagas pode fazer com que os clientes utilizem o estacionamento do Hortomercado, prejudicando os comerciantes que ali atuam e a população. Este quadro é extremamente preocupante e as associações gostariam que a prefeitura estivesse aberta para rever a aprovação do empreendimento, já que, certamente, as coisas ficariam mais difíceis do que já são aqui aos fins de semana.”, finaliza Carlos Eduardo.

    Responsável pelo projeto, Cristiano Bayão, afirma que as críticas que o “Espaço Itaipava Mix” recebe são descabidas e que os empresários da região temem a concorrência.

    “O projeto é dar oportunidade para que empreendedores possam vender seus produtos em Itaipava, alugando um espaço pelo menor valor possível. Itaipava não é só dos ‘grandes empresários’, que acham que podem fazer o que quiser. Todos os nossos empreendedores, por exigência nossa, moram em Petrópolis. Estamos aqui para dar oportunidade para pessoas da cidade. Temos tudo o que a lei pede para podermos funcionar, além de um bom estacionamento. Estamos, agora, começando a trabalhar na decoração, que irá gerar um novo aspecto. As pessoas, ao invés de criticar, deveriam vir conhecer o nosso trabalho.”, conta Cristiano.

    A Prefeitura de Petrópolis foi questionada pela Tribuna sobre a polêmica e afirmou que quando a atual gestão municipal assumiu, em dezembro de 2021, a obra no local já estava praticamente concluída. Segundo a Coordenadoria de Planejamento e Gestão Estratégica, o processo administrativo referente àquela obra particular refere-se à construção de um galpão. O projeto apresentado pelo empreendimento na época foi aprovado pelas gestões anteriores. Havia, no entanto, um embargo por conta de algumas estruturas fixas e falta de afastamento lateral.

    Ainda segundo a Prefeitura, nesta gestão, o responsável pelo empreendimento cumpriu as exigências previstas no processo e solicitou uma nova vistoria. A nova vistoria foi realizada. Como a obra foi adequada ao projeto aprovado, o “Habite-se” para o galpão foi emitido.

    A Coordenadoria de Planejamento e Gestão Estratégica esclareceu também que a obra possui um projeto assinado por engenheiros e arquitetos registrados nos seus respectivos conselhos e também possui ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), emitida pelo Crea. O licenciamento do empreendimento já foi encaminhado para a Secretaria de Fazenda.

    A equipe técnica da Secretaria de Fazenda está em conversa com os responsáveis pelo empreendimento. Na pauta, estão: as documentações do empreendimento, a vistoria do Corpo de Bombeiros, as entradas e saídas para carros e o estacionamento.
    Caso o empreendimento apresente as documentações necessárias, será emitido o alvará de funcionamento, e serão lançadas as cobranças de IPTU, ISS e demais taxas municipais.

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