Novas CPIs das Chuvas podem resolver?

Em 2011, a Câmara de Vereadores entregou à Assembleia Legislativa do Estado do Rio o resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito à outra CPI, esta que o parlamento estadual promoveu. Foi inédito que o legislativo municipal e o estadual colaborassem em uma apuração. A CPI local focou na cidade enquanto a Comissão do parlamento estadual abrangeu os demais municípios atingidos pela catástrofe aliada à falta de políticas públicas preventivas e de ocupação do solo que resultou em 918 mortos.

Novas CPIs?

Com 261 páginas, gráfico e fotos, o relatório conclui com 43 ações emergenciais para a prevenção do risco de desastre em sete municípios. O texto seguiu para o Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas da União, ministérios públicos, governo do estado e prefeitos. As recomendações, 11 anos depois, não foram seguidas. E novas CPIs na Câmara dos Vereadores e na Alerj serão abertas?

Não faltou aviso

A gente lembra que em 2010, na ocasião da instalação da UPA-Centro ali no antigo Maloca já tinha discussão sobre risco de deslizamento de barreiras. Além deste episódio atual que interditou a unidade, outros de menor porte foram registrados ao longo de 12 anos.

Só dói quando é na própria pele

Uma moradora do Humberto Rovigatti também escreveu para a gente abismada com a falta de sensibilidade de alguns seres que se dizem humanos. Sábado, no bairro, rolou churrasco, regado à cervejinha gelada acompanhada das rodinhas de porrinha o dia todo. Parecia festa. Um bando de marmanjos fortes o suficiente para ajudar em algo nessa catástrofe.

E sem máscara?

Esses leitores do Partisans não são mole, não. Além de terem avistado limpinha a bota do deputado federal Marcelo Freixo em visita aos escombros da tragédia na cidade ainda notaram: o pré-candidato ao governo do estado estava sem máscara.

Desconhecidos

Aliás, para os políticos forasteiros, caras pouco conhecidas na cidade, a máscara tem sido um impedimento para serem reconhecidos nas comunidades atingidas pelas chuvas que eles estão visitando. Às vezes até pro bem, né? Porque tá todo mundo revoltado. Já os políticos daqui não tem esse problema. Quem não reconhece um Bernardo ou um Baninho a quilômetros de distância?

Turista

Além de políticos, como Marcelo Freixo, deputado federal e pré-candidato ao governo Estado que subiu a serra para – péra! Para o que, mesmo? A gente ainda não descobriu –  teve mais turista na tragédia. Veio youtuber até de Brasília para cobrir a tragédia das chuvas na cidade. A modelo Nana Gouvêa, que em 2012, fez um ensaio fotográfico em meio ao caos provocado pelo furacão Sandy em Nova York, perde.

Fica de olho, gente

Também não faltam denúncias de que um pessoal de cidades da Baixada estão subindo a serra para pegar umas doações destinadas aos desabrigados.

Fininho

Vamos vender pelo mesmo preço que compramos: o CV que estaria instalado no Sargento Boening avisou que se pegar alguém vendendo produto de roubo das enchentes vai passar o cerol.

Tutorial para os políticos

Fizemos um tutorial para as nossas autoridades e subcelebridades políticas se comportarem neste momento de dor sem causarem constrangimento:

1. Só se deixem fotografar no final da caminhada porque aí os sapatos estarão sujos
2. Não tomem lautos cafés com amigos sorrindo como se não houvesse amanhã porque sempre tem um assessor pateta fotografando e postando em redes sociais
3. Não batam de frente com as cidades vizinhas, principalmente aquelas que têm sangue nos zóio
4. Não recusem ajuda. Nenhuma ajuda.
5. Não deixem seus assessores, que são as subcelebridades políticas, se gabarem em vídeos. Amanhã os votos serão deles.
6. Venham com discurso ensaiado e não façam como políticos abordados pela reportagem da Tribuna que não sabiam dar uma informação que valesse a tinta da caneta.
7. Tirem esses malditos coletes da Defesa Civil

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br