Notícias do Corpo: Não coloque a culpa na genética
“Fulana não corre porque é gorda”… “Beltrano não corre porque os pais não correm”… “Zeca corre muito porque a genética dele é boa”… “A minha genética não ajuda”.
Pois bem. Quando a gente pensa num corredor ou corredora vem logo a imagem na cabeça de um sujeito magro, esguio, perna longa… “voando baixo”… como dizem.
Aí, antes da pandemia, a gente assistia a chegada de uma Meia Maratona ou mesmo maratona e via, e veremos novamente depois da pandemia, sujeitos baixinhos, gordinhos, desengonçados entre outros, supostos, fora de padrões genéticos chegando na frente de corredores cheios de porte atlético que deveriam estar lá na frente e não estão.
Pois bem, na literatura a gente encontra vários trabalhos concluindo que a genética pode ajudar a fazer a diferença entre atletas Olímpicos e não Olímpicos.
Um estudo conduzido por (Pickering & Kiely, 2021) mostrou que diversos não atletas tiveram escores genéticos maiores que os atletas de alto rendimento e os de força e potência tinham escores genéticos de fundistas maiores que os próprios atletas fundistas.
Na prática, entre corredores não profissionais, a genética não é tudo.
A Psicologia Esportiva explica que a vontade, a determinação e a força, para muitos “inexplicáveis”, que vem de dentro, seja pela fé ou com base na ciência associado à qualidade do treinamento, pode ser determinante para conquistas fabulosas suplantando a genética.
Um sujeito pode ter talento, mas tem que ser bem aproveitado ou não servir pra nada. Portanto, antes de colocar a culpa na genética coloca um par de tênis nos pés e vai correr.
Literatura sugerida
Pickering C, Kiely J. Can Genetic Testing Predict Talent? A Case Study of 5 Elite Athletes. Int J Sports Physiol Perform. 2020 Dec 3:1-6. doi: 10.1123/ijspp.2019-0543. Epub ahead of print. PMID: 33271500.