• Notícias do Corpo: Musculação não diminui a flexibilidade

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  • 12/02/2020 15:15

    Um dos mitos em academias é pensar que o treino de força possa diminuir a flexibilidade muscular por causa do aumento do volume do músculo hipertrofiado induzindo alguns jovens a pensar que vai ficar todo duro, como se diz no popular. Alguns corredores também tem esse medo “achando” que a musculação vai piorar o “pace”. 

    Em primeiro lugar somente a falta de exercício pode provocar diminuição da flexibilidade. o que não se usa atrofia. Qualquer atividade física, seja ela qual for, exige uma mobilidade articular mínima. O sujeito sedentário quando passa a praticar um exercício qualquer começa a forçar naturalmente novos limites de amplitude. 

    O exercício com peso aumenta a flexibilidade articular de quem já tinha alguma limitação pela falta de uso. Quem já tem uma flexibilidade normal, o exercício com peso não diminui essa qualidade física. As provas contra isso não são novas. Massey e Chandet em 1956, citado por Fleck demonstraram que o treinamento com peso pesado não provoca a diminuição da flexibilidade. Baseado nesses estudos, Trasc e Kelly 1987 repetiram as experiências treinando voluntários por 11 semanas e concluíram que além da flexibilidade não ficar prejudicada, a amplitude articular de determinados movimentos pode até aumentar. 

    O doutor José Maria santarém, com que tive o prazer vários cursos em musculação nos anos 80, justifica que a musculação aumenta a quantidade de tecido conjuntivo, tecido esse viscosos e elásticos que recobrem as fibras musculares. Se aplicarmos uma determinada força num músculo hipertrofiado e a mesma força for aplicada no músculo não treinado, o primeiro alonga mais. 

    O que “estica” mais? Um elástico grosso ou um fino de mesmo tamanho? a maior prova disso são os vários trabalhos mostrando que levantadores olímpicos têm flexibilidade acima da média. O que dizer então da ginástica olímpica masculina? Homens fortes e com uma flexibilidade incrível? Claro, além da musculação, o treinamento deles é acompanhado de muito alongamento. Mas se a hipertrofia encurtasse o músculo, por mais alongamento que fizessem não conseguiriam aumentar a flexibilidade. 

    Portanto, esse mito vale também para os corredores que temem fazer musculação “achando” que vão perder rendimento na corrida porque o músculo fica duro. Cuidado com os “achismos”. Síndrome do piriforme – uma das dores irradiadas na região glútea confundindo-se com problemas lombares é relacionada com a “síndrome do piriforme”, um músculo situado embaixo do glúteo máximo que faz parte dos grupos pelvitrocanterianos ou rotatores do quadril. 

    A sua função principal é a de mover a coxa para o mesmo lado externo do corpo e/ou produzir rotação externa para o mesmo lado da coxa em movimento. Exemplo, quando um jogador de futebol lança a bola com o pé esquerdo para o companheiro do seu lado esquerdo. Junto com os músculos do quadril ajuda a manter a cabeça do fêmur girando dentro da grande cavidade do quadril chamada de acetábulo. 

    Pois bem, o nervo ciático passa entre os músculos piriforme e o obturador interno. situação que atinge 15% das pessoas segundo relatos médicos. Sendo assim, a posição sentada é a que, em tese, sacrifica o nervo ciático ficando estendido e tracionado entre o piriforme e o obturador interno. 

    Na posição em pé, o nervo encontra-se relaxado e protegido pelo grande glúteo. Quem trabalha horas sentados estão sujeitas à síndrome, assim como os ciclistas de Moutain bike, devido ao impacto sucessivo assim como praticantes de spining. 

    A contração resistida, o impacto e/ou o encurtamento do piriforme pode também levar à dor no ciático característica dos treinos de corrida em subidas, em descidas e/ou excesso de treinos sem descansos adequados. 

    A síndrome do piriforme, pelas características descritas, pode apresentar sintomas similares a problemas relacionados com hérnia de disco póstero-posterior, razão suficiente para ser diagnosticada por médico experiente na área. 

    Geralmente o exame clínico com a palpação após anamnese e investigação dos hábitos de vida incluídos os esportivos e movimentos próprios, são os primeiros passos da consulta. Os exames complementares de imagem hoje em dia são bastante confiáveis e ajudam o diagnóstico preciso. O tratamento passa, pela medicação prescrita por médico, fisioterapia se necessário, alongamento dos isquiotibiais, glúteos, piriforme e reequilíbrio pélvico. 

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