Notícias do Corpo: Com pouco exercício a gente vive mais

Nos anos 50, quando nasci, a maioria das pessoas eram magras sem paranóias de suplementos, dietas, enlatados, comida industrializada, tratamentos estéticos e tantas outras porcarias e invencionices. Fazíamos atividade física naturalmente indo e voltando para a escola a pé brincando correndo pela rua. Brincávamos de pique-esconde, pula corda, amarelinha… Jogávamos bola todo dia na rua. Inventávamos e construíamos nossos brinquedos. Carrinho de rolimã de caixote de feira. Estudávamos em escola pública e tínhamos que estudar de verdade… ficávamos de castigo! Apesar disso, a expectativa de vida média ao nascer era próximo dos 50 anos. O tempo foi passando, a Ciência, a Medicina, os procedimentos, os medicamentos e as vacinas foram aprimorando. Novos conhecimentos sobre alimentação e os efeitos agudos e crônicos do exercício físico colaboraram para que a expectativa de vida em 2018 passasse, segundo o IBGE, para 72,8 para o homem e 79,9 para a mulher. Só que, essa expectativa de vida longa vale para as pessoas que conseguem fazer algum tipo de exercício físico, mesmo que pouco, por semana. É consenso médico que as doenças cardiovasculares estão diretamente associadas à obesidade. Sobre isso Kraus et al. (2019), num estudo que envolveu acompanhamentos de até 20 anos e total de 3,9 milhões de pessoas mostrou que a expectativa de vida pode aumentar em 5 anos ou mais com apenas 150 a 300 minutos de exercícios moderados por semana. Nos anos 50 as pessoas eram magras, mas morriam cedo porque muitas doenças não tinham vacinas, tratamento, controle e nem cura. Apesar disso, hoje muitas mortes poderiam ser evitadas se não fosse a obesidade e o sedentarismo já passando de 50% da população. Estudos bem conduzidos dão conta que 25% dos fatores genéticos são responsáveis pela longevidade. Os outros 75% dependem de como se conduz a vida. A obesidade pode ser revertida e muita gente consegue isso com perseverança e determinação. Prof. Moraes

Literatura Sugerida: 1) KRAUS, William E. et al. Physical Activity, All-Cause and Cardiovascular Mortality, and Cardiovascular Disease. Medicine and science in sports and exercise, v. 51, n. 6, p. 1270-1281, 2019.

2) PATRÍCIO, Karina Pavão et al. O segredo da longevidade segundo as percepções dos próprios longevos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 1189-1198, 2008.