• Notícias do corpo: atletas diabéticos

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  • 16/04/2023 08:00
    Por Prof. Luiz Carlos Moraes

    No artigo anterior falei sobre a necessidade do carboidrato nas corridas de longa duração. Uma dúvida interessante surgiu. E o corredor diabético? Como Faz? De modo geral o diabético fisicamente ativo conhece bem a sua doença, tem acompanhamento médico e sabe controlar os níveis de glicemia em diversas situações usando a insulina certa no momento certo seja de ação rápida, ultrarrápida, intermediária ou lenta.

    Já é bem documentado que o exercício físico é fundamental no tratamento e/ou controle do diabetes. Pesquisadores citados por Fox, concluíram que exercícios físicos a 60% do VO² máx baixam os níveis de insulina em pessoas normais e aumentam os de glucagon. Admite-se que essas respostas possam estar relacionadas com a presença da adrenalina e noradrenalina, liberadas também durante a corrida. Um mecanismo óbvio, já que o exercício físico de baixa intensidade recruta glicogênio a partir do fígado.

    Outros estudos citados por Weineck concluíram que casos leves de diabete dispensam o uso da insulina apenas com dietas certas e exercícios físicos na intensidade certa. Todo diabético consciente hoje tem o seu kit de controle para verificar a glicemia e sabe aplicar a insulina no seu corpo.

    Ao praticar exercício físico ele também tem que saber de algumas regrinhas práticas: 1) Não aplicar sempre na mesma parte do corpo;

    2) Aplicar numa região do corpo que será menos usada na atividade física. Exemplo. Se vai correr, não aplicar nas pernas;

    3) Evitar fazer atividade física durante o chamado pico de ação;

    4) Ter também no kit, algum líquido açucarado para ser usado em caso de ocorrência de uma hipoglicemia que também pode ocorrer em competição;

    5) Medir a glicemia antes e depois da atividade física com seu próprio kit. O diabético pode ter uma vida normal se estiverem medicados e orientados por profissionais de nutrição e Educação Física atualizados.

    ATLETAS DIABÉTICOS E DOPING

    Esses atletas não são impedidos de participar de competições oficiais bastando seguir os procedimentos de controle antidoping. Precisam de autorização especial para uso terapêutico da insulina, assinada pelo médico responsável, e só depois de comprovada a real necessidade pela respectiva Confederação é emitida a autorização.

    A insulina é proibida pela comissão antidoping. O atleta só pode iniciar o tratamento após aprovação pela Subcomissão de Autorização para Uso Terapêutico da Comissão de Controle de Dopagem. O controle é rígido para preservar a saúde do atleta dependente e evitar fraudes por atletas não diabéticos.

    A insulina é, por excelência, um hormônio anabólico e anticatabólico por aumentar a absorção de aminoácidos partindo da estimulação da síntese de proteínas. Por essa razão, costuma ser usada com anabolizantes. Prática que pode provocar desde uma hipoglicemia severa até a morte.

    Literatura sugerida: 1) NELSON, A.E.; HO, K. K. A robust test for growth hormone doping – present status and future prospects. Asian Journal of Andrology, SIIM and SJTU, 2008.

    2) Posicionamento Oficial SBD nº 04/2015 Atividade Física e Diabetes: A Prática Segura de Atividades Desportivas.

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