Notícias do corpo: a prova é no calor? Treine; é no frio? Treine também
A gente sabe que a temperatura e umidade relativa do ar são determinantes no controle da temperatura corporal. A umidade diz respeito à quantidade de gotículas de água no meio ambiente. São dois fatores que conjugados podem tirar atletas de uma prova ou não proporcionar bons desempenhos pela dificuldade de evaporação do suor.
Temperaturas altas conjugadas com umidade relativa do ar muito baixa ou muito alta extrapolam a capacidade de o corpo dissipar calor. O ideal é que a temperatura ambiente esteja entre 12 e 16° C com umidade relativa do ar entre 35 e 60%.
Quando a umidade está muito baixa, o ar fica seco e dificulta a respiração. Muito alta dificulta e/ou impede a evaporação do suor. Alguns corredores, nessa situação, acabam cometendo o erro de ingerir mais líquidos do que o necessário, resultando no que se conhece por hiponatremia, (redução da concentração plasmática de sódio por excesso de água).
Qualquer competição que se resolva fazer é preciso estudar as estatísticas das condições climáticas das provas de anos anteriores e fazer treinamento específico com “aclimatação”. Ou seja, treinar no calor e umidade alta se vai correr nessa situação.
Se vai correr no frio também é preciso treinar no frio e não adianta treinar no calor achando que estará preparado para o frio. É outro erro. Treinar à noite, para fugir do calor ou qualquer outro motivo, o metabolismo hormonal é diferente da Fisiologia diurna. Teoricamente, o corpo leva de 7 a 10 dias para uma aclimatação ao frio ou ao calor.
Outro erro. Alguns corredores correm sem camisa no verão. O suor, ao chegar à flor da pele, precisa ser evaporado imediatamente para fazer a troca de calor com o meio ambiente. Por isso, inventaram os tecidos inteligentes. Sem camisa, o suor escorre pela pele e contribui, ainda mais, com o aumento da temperatura corporal formando uma barreira entre a pele e o ar. Depois da corrida, quer tirar a camisa? Sem problema nenhum!
Literatura Sugerida: GAMBRELL, R. C.. Doenças térmicas e exercício. In: LILLEGARD, W. A.; BUTCHER, J. D.; RUCKER, K. S.. Manual de medicina desportiva: uma abordagem orientada aos sistemas. São Paulo, SP: Manole, 2002.