• Nota técnica aponta alto risco para novos desmoronamentos no Contorno

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  • 16/11/2017 17:20

    Uma nota técnica do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM) indicou um "risco muito alto" para novos desmoronamentos na área onde na última terça-feira (7), uma cratera de mais de 20 metros de profundidade se abriu às margens da BR-040, na altura do quilômetro 81 da pista de descida, na comunidade do Contorno. De acordo com o documento, a "cratera pode continuar a expandir e desmoronar outras residências ao redor, principalmente, ao longo do eixo do túnel". Os técnicos do DRM estiveram vistoriando o local nos últimos dias e a nota técnica foi divulga na última terça-feira (14). 

    Ainda na nota, os técnicos do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro recomendam que a Defesa Civil (DC) continue o monitoramento da região, observando o aparecimento de trincas nos terrenos e nas construções, e se for o caso amplie a área de interdição. O local do desabamento fica exatamente no ponto onde a Concer – concessionária que administra a BR-040 – construía o túnel, que faz parte do projeto da nova subida da serra. A construção não chegou a ser concluída e foi abandonado pela concessionária em julho do ano passado. Na útima terça-feira, técnicos da Concer, da Defesa Civil e da Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT) estiveram vistoriando o túnel e constataram que houve desabamento da estrutura e que o mesmo estaria alagado, como denunciou a Tribuna na semana passada.

    De acordo com a nota enviada pela Concer, a vistoria começou pelo desemboque (ou saída) do túnel na Duarte da Silveira. Os técnicos usaram um equipamento subaquático para vistoriar a construção, o aparelho percorreu cerca de 700 metros até encontrar o bloqueio confirmando o desmoronamento de parte do túnel, exatamente no trecho onde a cratera se abriu. Ainda de acordo com o nota, nos 700 metros percorrido pelo equipamento não foram verificadas "anomalias estruturais na galeria".

    Até o momento, 90 casas foram interditadas pela Defesa Civil – 50 na região do Vale da Escola onde houve o desabamento e 40 na Comunidade do Zizinho no último sábado (11) quando os moradores escutaram estrondos. A Escola Municipal Leonardo Boff e um motel também estão interditados. Uma casa foi engolida pela cratera e outra duas residências foram parcialmente destruídas. Por sorte, não houve feridos. Ao todo, 95 famílias estão desalojadas. 

    "Porque agora dizem que querem preservar os moradores se lá atrás abandonaram a obra?Não houve nenhum respeito à vida", lamentou o aposentado Haroldo Wayand, de 82 anos. Ele mora na região do Contorno há mais de 40 anos e teve sua casa interditada. "Estou desolado com tudo que aconteceu. É triste quando você conquista as coisas com o seu trabalho e vê tudo perdido, tudo indo embora", ressaltou o morador. Ainda não há previsão de quando a cratera será fechada ou se os moradores do Contorno poderão voltar para casa.


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