• No Japão, Suga vai deixar posto de premiê após um ano com popularidade baixa

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 03/09/2021 07:08
    Por Estadão

    O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, não vai tentar a reeleição para o cargo de líder do partido do governo, de acordo com o secretário-geral da agremiação, o que vai encerrar seu mandato como premiê depois de apenas um ano, e deve trazer de volta a instabilidade política a um dos mais importantes aliados internacionais dos Estados Unidos.

    Suga, de 72 anos, disse que não se candidatará à eleição para a presidência do Partido Liberal Democrático (LDP, na sigla em inglês), marcada para o final do mês, de acordo com o secretário-geral da legenda, Toshihiro Nikai. A emissora pública de televisão NHK informou que Suga renunciará ao cargo de primeiro-ministro após encerrar seu mandato como líder da LDP, no final do mês.

    Tradicionalmente, o presidente do partido também é o premiê do país porque a LDP domina a cena política japonesa há muitos anos. O próximo primeiro-ministro deverá ser o novo presidente da sigla ou, no cenário improvável de que a LDP perca as eleições parlamentares deste ano, um líder de oposição. A eleição para o parlamento deve acontecer até o dia 28 de novembro.

    A recente onda de contágio pela covid-19 no Japão, causada pela variante delta, causou um dano irreparável à liderança de Suga, e o apoio da população a ele caiu para menos de 30% em pesquisas recentes.

    No período dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que ocorreram em meio a um estado de emergência na cidade, as infecções pela covid-19 no Japão atingiram novos recordes, com mais de 25 mil novos casos em determinados dias, em patamares per capita mais elevados que os de países semelhantes, como a Alemanha. A opinião pública japonesa atribuiu a alta da pandemia a Suga, em parte pelo fato de que a vacinação contra a covid no Japão demorou para começar.

    O próximo líder japonês não deve mudar as bases políticas do país, como a aliança próxima com os EUA, mas a saída precoce de Suga aumenta o risco de que o Japão entre em um cenário semelhante aos dos anos 1990 ou ao visto no período entre 2006 e 2012, quando premiês eram trocados praticamente todos os anos, e a presença do país na arena internacional se reduziu.

    O ex-ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida declarou que vai se candidatar à sucessão de Suga, assim como o ex-ministro de governo Sanae Takaichi. Outro possível candidato é Taro Kono, ministro que conduz a vacinação contra a covid-19 e é um prolífico usuário do Twitter.

    O antecessor de Suga, Shinzo Abe, foi o premiê mais longevo da história do Japão, ocupando o cargo de dezembro de 2012 a setembro de 2020 após uma passagem de um ano pelo posto entre 2006 e 2007. Ele anunciou sua renúncia em agosto do ano passado, citando problemas de saúde. Fonte: Dow Jones Newswires.

    Últimas