No dia a dia da história
Há quem diga que o jornal impresso está nos últimos dias. Também afirmaram, bem antes, que o livro seria substituído pela leitura virtual, desaparecendo os volumes finos e grossos que repousam nas bibliotecas públicas e privadas. A leitura não seria extinta, continuando os leitores e estudantes a ler nas telinhas miúdas ou expandidas, sob o piscares luminosos e necessitando de engenhos eletrônicos e similares. O “E.book” no caminho do futuro.
Já vivemos a era dos pescoços inclinados e do uso dos dedos ciscando as telinhas. Esbarramos nas ruas com 6 entre 10 seres humanos de olhos enfiados no luscofusco de joguinhos, mensagens, noticiários, consultas e mesmo coisa nenhuma de utilidade imediata. O atropelamento tem sido geral na desatenção do novo homo sapiens que estará, irremediavelmente em futuro próximo, com novo desenho de sua coluna vertebral e uma vesguice crônica, definindo novo tipo de beleza facial focado no olho trocado. Graves perigos rondam o choque-choque dos transeuntes com outros aficionados, postes, paredes, sob tropeções, quedas e uma infinidade de perigos, embora os sob o vício já tenham assumido a capacidade de levantar do chão e continuar no dedinho pela rua abaixo, sem olhar para trás.
Exagero?! Que o digam os setores de atendimento hospitalar de emergência, tendendo à piora.
Voltemos, porém, ao jornal impresso, ao livro de papel, que tanto prazer, tem enriquecido a minha vida. E ao jornal diário, como a nossa querida Tribuna de Petrópolis, com seus 114 anos de existência. Com que satisfação eu apanho diariamente, na caixa do correio, o meu exemplar, folheio, leio as notícias, os artigos, vejo as ilustrações, puxa, que dádiva me acompanha por mais de sete lustros ! E os livros que leio, consulto, onde estudo e aprimoro conhecimentos ! Nada conseguirá substituí-los de minha vida.
Dai, cumprimentar a Tribuna de Petrópolis pelo aniversário, a histórica vanguarda pelo lançamento da edição diária – bem lá para trás – a persistência, a atualização, ainda heroicamente na impressão no papel e já adaptada à leitura na telinha, esperando que continue assim, preciosa, por muitos anos.
A sociedade vai se adaptando e, um dia, a saudade pelo papel impresso nos engenhos de hoje há de ser uma preciosidade sem preço e tudo digitalizado, continuará propiciando o saber às novas gerações porque é na imprensa que está o melhor registro do dia a dia da história da Humanidade.
Registro aqui o meu agradecimento a todos da Tribuna pelo inefável bem que enriquece minha alma diariamente desde que nas suas páginas publiquei meu primeiro artigo, aos 11 anos de idade, no dia 15 de novembro de 1946. E fui em frente