Nino Salukvadze se torna 1ª mulher a disputar 10 edições olímpicas ao defender Geórgia no tiro
Desta vez não teve medalhas, tampouco classificação à final. Mas o simples fato de disputar as eliminatórias da pistola de ar de 10 metros, neste sábado, já foi suficiente para a atiradora Georgina Nino Salukvadze fazer história nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A experiente atleta se tornou a primeira mulher a disputar 10 edições olímpicas da história. O cavaleiro Ian Millar, do Canadá, também tem 10 Jogos no currículo, mas não de maneira consecutiva – seu país boicotou Moscou-1980.
Salukvadze terminou somente na 38ª posição das eliminatórias, não conseguindo avançar à final de oito tiros agendada para este domingo, em Chateauroux. Mas ainda terá chance de buscar sua quarta medalha olímpica da história na pistola de 25 metros. A qualificação está agendada para sexta-feira.
Nascida na Geórgia, Salukvadze iniciou sua caminhada olímpica em 1988, aos 19 anos, defendendo a antiga União Soviética. E já fazendo história ao se tornar a primeira atiradora a ganhar duas medalhas com menos de 20 anos. Nos Jogos de Seul, ao ganhar o ouro nos 25 metros e a prata nos 10 metros. Voltaria ao pódio em Pequim-2008, com bronze nos 10 metros.
Depois da estreia em Seul, Salukvadze foi para Barcelona-1992 representando a equipe unificada (com ex-atletas soviéticos), antes de representar seu país nas oito edições seguintes: Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016, Tóquio, disputado em 2021, e Paris-2024.
Em 2008, após ganhar a medalha de bronze, ela abraçou a russa Natalia Paderina, que conquistou a prata, no pódio, um gesto que repercutiu como pedido de paz após os dois países entrarem em conflito.
Porta-bandeira da Geórgia em duas ocasiões, Salukvadze ainda detém outra marca olímpica. Nos Jogos do Rio-2016, ela competiu ao lado de Tsotne Machavariani, tornando-se a primeira dupla de mãe e filho ha história dos Jogos Olímpicos a competir junta em uma mesma edição.
A atiradora georgiana pensou em se aposentar após a olimpíada de Tóquio, porém foi convencida a continuar por seu pai e treinador Vakhtang, que morreu este ano. Ela está em Paris-2024 também por um tributo ao seu progenitor.