• Neurotech: Busca por crédito no País sobe 24% no 1º semestre, puxado por serviços

  • 29/07/2022 15:26
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    A busca por financiamento no Brasil fechou o primeiro semestre com crescimento de 24%, puxado pelo setor de serviços, conforme levantamento da Neurotech. Além disso, o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) cresceu 20% em junho sobre igual mês de 2021. No entanto, apresentou queda de 13% em relação a maio (-7%) deste ano, em meio ao cenário elevado de inadimplência.

    No primeiro semestre, a alta do INDC foi liderada pela expansão de 79% em serviços, seguida pela procura por crédito no varejo, com elevação de 41%, e por bancos e financeiras, com aumento de 13%.

    Embora considere “bom” o desempenho dos setores, Breno Costa, diretor da Neurotech, faz ponderações. “Se, por um lado, temos neste ano uma conjuntura de juros altos que eleva o custo do dinheiro, no ano passado tivemos uma segunda onda de covid. As pessoas estão buscando crédito, mas percebemos os concessores mais restritivos na liberação de crédito”, diz.

    A procura por crédito no primeiro semestre foi maior em supermercados, num indicativo de que a inflação persistentemente elevada continua corroendo o poder de compra das famílias. O INDC do setor teve alta de 68% de janeiro a junho deste ano, enquanto houve expansão de 51% em lojas de departamento; de 43% em vestuário; e de 36% em eletrodomésticos. As categorias móveis e outros registraram queda de 34% e 28%, respectivamente.

    Na comparação com junho de 2021, o crescimento de 20% do INDC também foi motivado por serviços (92%). Na sequência aparecem varejo (36%) e bancos (8%). Já em relação a maio, quando houve queda de 13%, o varejo foi o único a registrar crescimento (2%). O INDE de serviços, por sua vez, ficou estável e o do setor bancário recuou 17%.

    O movimento é reflexo da inadimplência e endividamento da população, em alta, segundo Costa. “Quando a economia vai bem as pessoas tomam empréstimo mais para aquisição de bens. No cenário atual, os brasileiros estão recorrendo a empréstimos para complementar renda mensal e pagar as dívidas e essa desaceleração é consequência”, avalia.

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