• Netinho revela luta mental após morte do pai e exalta ajuda para buscar o bronze no taekwondo

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  • 09/ago 14:29
    Por Estadão

    Toda conquista tem uma história de superação por trás e com Edival Pontes, o Netinho, medalha de bronze no taekwondo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, não foi diferente. O brasileiro teve dois problemas que o abalaram muito psicologicamente: a morte do pai e a punição preventiva por doping após um resultado adverso que quase o tira da competição francesa. Apenas com a ajuda de um coach que o atleta conseguiu dar a volta por cima.

    “Meu pai era meu pilar. Depois que ele morreu, eu não tinha mais confiança em ninguém. Tentei com psicólogo e não tinha gostado, isso sempre martelava na minha cabeça, que não dava certo”, revelou. “Ia para o treino e tomava um chute que nunca tomei na vida. Achava que não era para mim. Graças a Deus consegui trabalhar com o coach que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) conseguiu para mim, que veio me ajudando bastante”.

    O trabalho de Netinho com Kleber Maffei começou em janeiro, mês no qual ele ainda não sabia se teria condições de buscar vaga em Paris-2024 pela suspensão e estava totalmente abalado psicologicamente. As sessões com o coach eram virtuais e sempre passando tranquilidade e confiança.

    A defesa do atleta conseguiu reduzir a pena por não haver relação com ganho de desempenho esportivo, mas era necessário recuperar o tempo perdido e a psicológico. “Meu objetivo inicial foi simplesmente me conectar com ele, ser empático com o momento e com os sentimentos que o envolvia naquela época, para que pudesse confiar em mim e assim criarmos uma conexão que seria fundamental para o sucesso do trabalho”, revelou Kleber.

    “Como não sou psicólogo, não me atrevo a dar diagnósticos e muito menos querer tratar traumas. Como ex-atleta e um coach que tem como essência a educação, o que fiz foi me interessar profundamente sobre sua história e identificar os pontos que para ele são importantes e que poderia trazer à tona como um importante significado para sua reinvenção”, complementou.

    A parceria deu certo e, mesmo perdendo na estreia e tendo de ficar oito horas esperando, Netinho viu seu algoz chegar à final e abrir caminho na repescagem pelo bronze. Ele ganhou as duas lutas e a tão sonhada medalha, agradecendo a ajuda recebida por essa volta por cima.

    Henrique Precioso, chefe de equipe do Taekwondo em Paris, e Natalia Falavigna, primeira medalhista olímpica da história do esporte com o bronze em Pequim-2008, também serviram de apoio e foram os primeiros a receberem abraços emocionados de Netinho após o bronze.

    “São pessoas que eu vi que estavam comigo não só na glória, quando eu estava medalhando em Grand Prix, mas também quando eu caí na situação do doping. Estavam todos ali comigo, nunca desistiram de mim”, afirmou. “É muito emocionante, e sou muito grato à CBTKD e ao pessoal que acreditou em mim desde pequenininho. Desde os meus 16 anos, estou com esse pessoal. Henrique é um irmão pra mim, e isso é muito importante.”

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