• Netflix aposta em produções filmadas em várias regiões do Brasil

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  • 13/04/2022 12:53
    Por Daniel Silveira / Estadão

    Quantos Brasis cabem em uma tela? Se depender da Netflix, muitos. A gigante do streaming anunciou na manhã desta quarta-feira, 13, produções nacionais que vão estrear na plataforma ao longo do ano e algumas ainda em fase de produção. Alguns dos destaques do anúncio vão para as produções realizadas em Estados fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, como as séries O Cangaceiro do Futuro e Só Se For Por Amor.

    A primeira se passa no Ceará, e conta a história de Virgulei (Edmilson Filho), um “cabra frouxo” que vive em São Paulo e sonha em voltar rico para o Nordeste. Ele se aproveita de sua semelhança com Lampião para fazer shows em praças, até o dia em que, depois de apanhar, vai parar em 1927, no meio do cangaço, onde é confundido pela população local como o verdadeiro Virgulino.

    O Cangaceiro do Futuro coloca Lampião numa perspectiva de comédia, um ponto de vista incomum para o tema. “O universo do cangaço, suas histórias e seu maior ícone são um oceano de possíveis grandes histórias, no entanto, devido à “aridez” do tema, poucas vezes se ousou adentrar no campo da comédia”, pontua Halder Gomes, um dos roteiristas da série, que também assina a direção ao lado de Glauber Filho. “Toda a estética e causos deixados como legado por Lampião sempre foram um desejo antigo de levar às telas tal universo sob o olhar particular da comédia nordestina, sem abrir mão do contexto histórico. Integrar estas histórias e personagens às nossas paisagens, fauna, flora e sonoridade do sertão é a realização de um sonho inspirado”, continua.

    Já Só Se For Por Amor se passa em Goiás e busca no sertanejo sofrência a inspiração para contar uma história sobre corações partidos, sonhos, ambição e fama. Na trama, Deusa (Lucy Alves) e Tadeu (Filipe Bragança) são um casal apaixonado que decide criar uma banda. Assim que começam a fazer sucesso, ela recebe proposta para uma carreira solo. Ao seguirem rumos diferentes, a relação deles vai sofrer abalos.

    “Só Se For Por Amor é uma obra brasileira com as cores do céu de Goiás e a sonoridade das falas de um Brasil que recebe gente de todos os cantos”, explica Ana Luiza Azevedo, diretora da série. “É o retrato de uma região do País, de uma parte da nossa cultura que influencia outras regiões e outras culturas também. A série vai permitir que pessoas de todo o Brasil – e do mundo – conheçam e se conectem com a cultura do Centro-Oeste brasileiro. E compreendam a diversidade que existe nesse universo”, conta.

    Em um país tão grande como o Brasil, com diversidade de paisagens, sotaques, histórias e inspirações, a Netflix aproveita para dar voz a produções de fora do Sudeste e, com isso, permite também que essas outras narrativas sejam vistas. “Quanto mais contarmos histórias de todo o Brasil, mais nos reconheceremos. Quanto mais diversas forem as histórias e regiões retratadas, mais ajudaremos a mostrar para o mundo quem somos”, diz Ana Luiza.

    Halder também assinala pontos positivos de uma descentralização das produções no Brasil. “É necessário expandir o olhar do País através do audiovisual, e o Nordeste tem uma riqueza de conteúdos que merece ser visto”, conta. O roteirista lembra que o audiovisual tem imenso potencial mercadológico. “Além das histórias nas telas, existe o legado cultural, econômico, turístico e artístico que um projeto deixa no lugar que aporta como locação”, diz.

    Em mais uma aposta com uma paisagem variada, a plataforma também anunciou a sequência do filme Ricos de Amor, com Giovanna Lancellotti, dessa vez gravado no Norte do País. No longa, a idealista Paula (Giovanna Lancellotti) retoma seu trabalho como médica voluntária e Teto (Danilo Mesquita) convence seus parceiros a estabelecer sua cooperativa de tomates num vilarejo da região. Entre salvar a empresa da falência e reconquistar o coração de Paula, ele precisa superar seus hábitos de garoto mimado e enfrentar os interesses de um poderoso fazendeiro.

    Para o roteirista Bruno Garotti, estar na região Norte vai ajudar a dar o clima que a produção precisa. “Os cenários são sempre determinantes para atmosfera de um filme, e a pluralidade de culturas que o nosso país apresenta é uma vantagem imensa na hora de criar uma história”, disse. “A região, com suas tradições e paisagens surpreendentes, emoldura os novos eventos da nossa comédia romântica”, complementa Bruno.

    Outras apostas

    Além de sotaques e paisagens do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a Netflix traz também a série Maldivas, que se passa no Rio de Janeiro, especificamente na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste da cidade. A série é estrelada por Bruna Marquezine e tem Sheron Menezzes, Manu Gavassi, Natália Klein, Carol Castro e Vanessa Gerbelli.

    Também tem espaço para a série Olhar Indiscreto, um thriller que acontece na cidade de São Paulo, com Débora Nascimento e Emanuelle Araújo. Ainda falando de séries, a plataforma anunciou as segundas temporadas de Irmandade, que estreia 11 de maio, Bom Dia Verônica e Cidade Invisível, ainda sem datas de estreia.

    Também entrarão para o catálogo da gigante de streaming os filmes Casamento à Distância, protagonizado pelos atores Dan Ferreira e Dandara Mariana, e Depois do Universo, com Giulia Be e Henry Zaga, sobre um amor entre um médico e uma paciente de um hospital que sonha em ser pianista. Também anunciou o longa de ação Carga Máxima, sobre um piloto de Fórmula Truck que vira assaltante de cargas, com Thiago Martins, Milhem Cortaz e Sheron Menezzes, um documentário sobre o grupo Racionais Mc’s e um especial com o ator Rodrigo Sant’Anna, intitulado Cheguei.

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