Netas admiram e invadem os guarda-roupas das avós
Uma relação que ultrapassa o amor entre duas pessoas e chega até o mundo da moda. O carinho entre avós e netas é um sentimento comum e vem acompanhado de cumplicidade, amizade e admiração. A diferença de idade geralmente é de muitas décadas, mas essa distância cronológica não é empecilho na hora de pegar emprestado um casaco, blusa, lenço ou até mesmo a maquiagem da vovó. Em homenagem ao dia dos avós, comemorado na próxima terça-feira (26), a página de Mulher de hoje reuniu algumas histórias divertidas e que demonstram muito amor.
Ângela Burdignon, de 60 anos, é dona de casa. A neta, Ana Beatriz Burdignon, de 18, estudante. Ambas criaram um vínculo muito forte e toda essa identificação se tornou uma verdadeira cumplicidade. A troca de experiências é comum, assim como a de peças de roupas. Ângela foi avó aos 42 anos e tem mais dois netos. O fato de ser jovem e estar antenada nas tendências da moda contribui para o interesse de Ana Bia, como a neta é chamada, nas suas coisas. As duas frequentemente opinam no estilo uma da outra com dicas, conselhos e críticas também.
"Temos muito amor, carinho e respeito. A Ana Bia sempre foi e é muito carinhosa. Ela chegou para conquistar a todos, sempre muito alegre e esperta. É uma fofa! Com quatro aninhos já vestia minhas roupas, adorava minha gaveta de lenços, além dos sapatos e colares", disse Ângela que ainda contou que algumas camisetas e blazers são peças que passam mais tempo no guarda-roupa da neta, do que no dela.
Por outro lado, a avó pensa um pouco mais antes de usar alguma roupa da neta. Segundo Ana Bia, Ângela sempre agrada de alguma blusa, casaco ou lenço, mas tem receio de levar emprestado. "Ela sempre quer deixar o melhor para as filhas e neta. Mas eu faço questão que ela leve e use. Ela também adora usar meus perfumes", revelou. As duas trocam ainda opinião sobre o estilo. Ângela contou que já fez muitas compras com a neta e "todas maravilhosas". "Ela me ajuda até com os cortes de cabelo", disse.
Para Ana tudo isso é um privilégio. "Nossa proximidade aumenta a cada ano. Quando saímos colocamos música alta no carro e cantamos. Ela está sempre muito feliz. Aprendi com a minha avó que tudo que é feito com alegria fica melhor. Sempre a vejo festejando, desde quando eu faço uma coisa diferente no cabelo a algo mais impactante, como quando eu passei para a faculdade. Vivemos muitas aventuras juntas”, afirmou, acrescentando que ama de verdade passar o tempo com Ângela. “Ela sempre me faz sentir mais feliz e ver o lado bom das coisas. Conversamos muito sobre tudo: roupas que queremos comprar, coisas que estão na moda, sempre mostro fotos para ela de cortes de cabelo ou peças que ela pode gostar. Ela também é superantenada não só na moda, mas em detalhes de design de interiores. Minha avó é bem mais nova que o normal das avós, mas eu amo isso, porque ela está sempre comigo, como uma melhor amiga”, comentou.
O mesmo acontece com a estudante Marcela Felix, de 14 anos, e a avó Eni Maria Felix da Cruz, 68 anos. Apesar da diferença de 54 anos, Marcela adora pegar as roupas da avó. “Ela pega tudo: sapatilha, sandália, joias, cachecol e até maquiagem. Às vezes eu nem vejo”, contou Eni, que só pede para a neta ter cuidado com as coisas. “Eu não ligo dela pegar, mas chamo a atenção para ela ter cuidado!”, afirmou, dizendo que a neta às vezes chega dizendo: “Vó, me empresta rápido uma coisa aí para eu sair”. Marcela é a primeira neta menina e a única que revira o guarda-roupa da avó. “As roupas da minha avó são superatuais, uso para até para ir para uma social e aniversário. Só não pego para ir para escola porque ela não deixa”, destacou.
As gêmeas e publicitárias Thalita e Tamyris Portugal, de 28 anos, também lembram de quando pegavam emprestado algumas peças da vovó Eda Portugal da Silva, de 79. A aposentada também está ligada em tudo que acontece no mundo da moda e acredita que andar bem-vestida e maquiada é uma questão de respeito com ela e com os outros. “Sempre tive roupas coloridas e não saio de casa sem batom”, disse. Segundo ela, as netas, quando eram mais novas, sempre pegavam suas maquiagens. “Nunca briguei, até gostava. Meus netos são meus xodós, mesmo agora que já estão adultos”. Porém, ela contou também que, junto com o marido, o avô Enio Corrêa da Silva, de 81 anos, nunca se furtaram de dar bronca, colocar de castigo e até chamar a atenção. “Fazemos tudo por eles, mas sempre procuramos educá-los da melhor maneira”, concluiu.