• Neste momento, tema que tem chamado atenção do BC é o câmbio, diz Galípolo

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  • 28/jun 15:55
    Por Gabriel Vasconcelos e Cícero Cotrim / Estadão

    O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reconheceu nesta sexta-feira, 28, que o nível da taxa de câmbio chama a atenção da instituição. A moeda americana opera hoje nos maiores patamares em dois anos e meio.

    “Neste momento, o tema que tem chamado atenção do BC é o câmbio. O câmbio tem estado bastante descolado dos seus pares, desvalorizando rápido. Temos debatido e observado câmbio e seus impactos para economia”, disse.

    “Economia aquecida e hiato apertado sugerem desinflação mais lenta ou custosa. E um câmbio elevado também sugere desinflação mais lenta ou custosa”, continuou.

    O diretor do BC também afirmou que o mercado de trabalho está aquecido, mas que o Banco não enxerga um link evidente com a os preços da economia, ou seja, o movimento da inflação. Ele observou que os economistas vêm sendo surpreendidos recorrentemente com o crescimento da economia.

    ‘Estamos sempre olhando repasse do câmbio para inflação e expectativas’

    O diretor de Política Monetária do Banco Centra disse que a autarquia está sempre atenta a eventuais repasses de uma desvalorização cambial para a inflação ou para expectativas. Segundo Galípolo, o comportamento do dólar frente ao real tornou-se um ponto de atenção para a diretoria do BC.

    “A gente está assistindo a um cenário de evolução rápida na desvalorização do real perante o dólar, e tentando sempre fazer uma comparação para ver o quanto essa performance pior, comparada com os pares, representa algum sinal adicional de atenção”, afirmou o diretor.

    Segundo Galípolo, o “patamar mais elevado” do câmbio sugere uma desinflação mais lenta ou mais custosa no País. E, segundo o diretor, o debate no BC recentemente se voltou para o comportamento do real, assim como foi sobre o cenário externo, no segundo semestre do ano passado, e sobre a desancoragem das expectativas até agora.

    O diretor reforçou, no entanto, que o BC não trabalha com uma “meta de câmbio”. “O câmbio flutuante está aí para absorver mudanças que podem ocorrer de reprecificação, que podem ser provocadas por questões idiossincráticas locais ou por questões estrangeiras, e a gente vai estar sempre olhando se existe algum tipo de disfuncionalidade no mercado de câmbio”, ele disse.

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