• Nenhuma situação é mais ‘emblemática’ do que a da Palestina, diz Lula na ONU

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  • 23/set 12:06
    Por Aline Bronzati (correspondente) e Gabriel Hirabahasi / Estadão

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, em seu discurso nesta terça-feira, 23, na Organização das Nações Unidas (ONU), que “nenhuma situação é mais emblemática do uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina”. O líder brasileiro condenou os “atentados terroristas perpetrados pelo Hamas” e disse que eles são indefensáveis “sob qualquer ângulo”. Apesar disso, criticou o que chamou de “genocídio” em Gaza e disse que milhares de mulheres e crianças inocentes estão sendo mortas pelas forças israelenses.

    “Ali também estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente. Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, disse o presidente do Brasil.

    Lula disse admirar os judeus que, em Israel ou mundo afora, “se opõem a essa punição coletiva” e afirmou que o povo palestino “corre o risco de desaparecer” por causa dos ataques do exército israelense.

    Defendeu ainda que a Palestina só sobreviverá se for um Estado independente e integrado à comunidade internacional.

    Lula criticou também os Estados Unidos por ter negado o visto ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para participar da Assembleia Geral da ONU.

    “É lamentável que o presidente Mahmoud Abbas tenha sido impedido pelo país anfitrião de ocupar a bancada da Palestina nesse momento histórico. O alastramento desse conflito para o Líbano, a Síria, o Irã e o Catar fomenta escalada armamentista sem precedentes”, completou.

    Ucrânia

    Lula defendeu, ainda, que todos sabem que “não haverá solução militar” para encerrar a guerra na Ucrânia. Segundo o presidente, o encontro promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca “despertou a esperança de uma saída negociada”.

    “É preciso pavimentar caminhos para uma solução realista. Isso implica levar em conta as legítimas preocupações de segurança de todas as partes. A Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos da Paz, criado por China e Brasil, podem contribuir para promover o diálogo”, disse o presidente brasileiro em seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira.

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