• Nasce uma estrela – V

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  • 10/06/2020 00:01

    O TEP – Teatro Experimental Petropolitano completou seu primeiro ano de existência (1956) com duas encenações no currículo, compreendendo seus dirigentes que o momento era propício a uma continuidade, resolvendo a diretoria registrar o grupo cênico como entidade cultural, de entretenimento teatral, sem fins lucrativos, adotando a amadorismo sem propósitos de  profissionalização. Os participantes do movimento não eram atores e nem atrizes profissionais, bem como todos os que atuavam nas funções técnicas. Cada integrante exercia profissão no universo de atividades do município e se pretendesse se tornar profissional de teatro, teria de radicar-se nos grandes centros urbanos, onde existia a atividade profissional. O que cada interessado no movimento possuía era a vontade de trabalhar em cena ou tecnicamente, sem prejuízo de suas vidas, horários e laços familiares e sociais. E assim ocorria em muitas cidades do país e do globo terrestre.

    No ano de 1957, o grupo montou e encenou mais 6 peças: “A Família do Linhares”, de Paulo Orlando e Eurico Silva; “O Hóspede do Quarto nº 2”, de Armando Gonzaga; “Chuvas de Verão”, de Luiz Iglésias; “Hotel do Amores”, de Miguel Santos; “Feia”, de Paulo Magalhães; e “Cem Gramas de Homem”, de Anselmo Domingos”. Todos os textos eram assinados por dramaturgos do Rio de Janeiro, integrantes da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, com temas que retratavam e discutiam a sociedade suburbana do Rio de Janeiro, então a cidade-estado capital do país e haviam sido representados nos teatros do Distrito Federal, pelos maiores nomes do teatro brasileiro. Dirigiu as peças   Paulo Gomes dos Santos, então o Diretor-Artístico e ensaiador do grupo cênico. Participaram nos elencos das 6 peças os amadores: Iria Henrichs, Vera Margarida, J. Eloy Santos, Leda Mendes, Mirna Henrichs, Paulo G. Santos, Humberto Fecher, Walter Borges, Waldemar Carvalho, Mercedes Gatti, Lourival Motta, Scheller, Aparecida do Carmo, Irma Fernandes, Alcides Carnevalli, Sônia Maria Fonseca, Henrique Laranjeiras. Os palcos das encenações foram: o refeitório da Fábrica Dona Isabel, o Promenade Hotel, o Colégio Santa Isabel, o Sindicato de Fiação e Tecelagem e o Teatro Santa Cecília.

    Um ano de muito trabalho e entusiasmo e que constituiria a tônica do ano seguinte, de 1958, quando o TEP lançou as estreias de “O seu invento”, de Cláudio de Souza e “O Inimigo Íntimo”, de Pacheco Filho. Conquanto haja naquele ano lançado apenas duas peças, o TEP, no decorrer do período, reapresentou quase todo o seu repertório, num total de 10 apresentações em espaços da cidade.

    Grande entusiasmo, compromisso, dedicação extrema, faltava ao grupo a montagem de peças petropolitanas, assim prestigiando nossos dramaturgos, o que veio a ocorrer no ano de 1959, quando todo o elenco se uniu para ensaiar o original “No Reino das Maravilhas”, de J. Eloy Santos e que foi a primeira montagem e encenação, pelo TEP,  de peça para o público infantil. Não foi possível a estreia no palco em 1959 mas o espetáculo foi para as ruas do Centro Histórico em portentoso desfile natalino, no mês de dezembro. Mas o fato será um dos temas de nossa próxima coluna. 

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