• ‘Não tinha necessidade daquilo’, diz namorada de fisiculturista morto

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  • 04/11/2022 10:11
    Por Ítalo Lo Re / Estadão

    O fisiculturista Reinaldo Armando Vettilo Junior, de 39 anos, foi morto no último fim de semana após a Polícia Militar ser acionada para conter uma confusão desencadeada por uma briga conjugal em um condomínio na Vila Andrade, zona sul de São Paulo. O homem teve um desentendimento com a companheira e a colocou para fora do apartamento, usando roupas íntimas. Depois, acabou discutindo com vizinhos que estavam em uma festa no hall do prédio, o que fez a confusão escalar.

    Durante a ação, os policiais teriam disparado três tiros de arma de eletrochoque contra Reinaldo. E um dos agentes ficou de joelhos em cima do pescoço dele. Desacordado, o fisiculturista chegou a ser socorrido, mas morreu.

    Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os cinco policiais envolvidos na ação foram afastados e o caso está sendo investigado pelos órgãos especializados. O Estadão conversou com a mulher de Reinaldo para entender melhor o que aconteceu.

    Há oito meses namorando o fisiculturista, a operadora de caixa Vitória Matias, de 22 anos, conta que estava acabando o expediente no final da tarde de sábado, quando Reinaldo a convidou para ir até o apartamento dele, na Vila Andrade, onde houve o desentendimento. “Não tinha necessidade daquilo tudo, ele já estava rendido quando os policiais chegaram. Era só ir lá e prender ele.”

    O médico que o atendeu disse à família que a morte teria se dado por asfixia mecânica. A polícia, por sua vez, não confirmou essa informação e diz que as causas ainda estão sendo esclarecidas. “Se eles não têm nada a esconder, se afirmam que foi conduta certa, que tinham treinamento para aquilo, que apresentem as câmeras e todos nós vamos saber se foi ou não uma conduta certa”, disse Vitória. “Tiraram de mim sonhos, planos. Meu filho chama por ele todos os dias e eu não sei o que falar para ele.”

    Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que a Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa “investigam os fatos e todas as circunstâncias para cabal esclarecimento”.

    Imagens

    De acordo com a secretaria, as imagens de segurança do condomínio que captaram a ação e as filmagens gravadas pelas câmeras dos uniformes dos cinco policiais envolvidos na ocorrência estão em análise pela Divisão de Homicídios.

    A PM apura os fatos por meio de inquérito policial militar (IPM), que tem prazo de 40 dias para sua conclusão. “Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados.”

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